sábado, 24 de agosto de 2013

ALTA DO DÓLAR AUMENTA DÍVIDA DE ESTADOS E MUNICÍPIOS


BRASÍLIA - A disparada do dólar já custou R$ 7,6 bilhões aos estados e municípios desde o início do ano. Esse foi o impacto da variação cambial na dívida desses entes da Federação, que está em US$ 21,6 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central. A disparada na cotação do dólar afeta não apenas governadores e prefeitos que estão no poder, mas também os futuros governantes.

São operações com organismos internacionais que, geralmente, têm um ou dois anos de carência. Ou seja, as parcelas só começarão a ser pagas quando os novos governadores e prefeitos assumirem.O Senado Federal aprovou 69 pedidos de empréstimos para estados e municípios desde o início de 2012 até agora. Somente os créditos em moeda americana somam US$ 12,5 bilhões. Além das operações em moeda americana, há ainda dívidas em iene (16,4 bilhões) e euros (310 milhões).
O especialista em contas públicas do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea) Mansueto Almeida lembra que vários estados trocaram dívidas internas por endividamento externo nos últimos anos. Além dessas renegociações, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda autorizou novas contratações.
Pedidos para ampliação dos limites de dívida eram aceitos porque o governo pretendia elevar o nível de investimentos em áreas sensíveis, como saneamento básico, ou viabilizar empreendimentos para a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Do total do endividamento externo dos estados e municípios, US$ 17 bilhões são com organismo internacionais como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
— A dívida foi negociada em dólares, mas é paga em reais. Por isso, desde o início do ano, os estados e municípios estão pagando mais caro por ela e o impacto vai chegar aos próximos governadores e prefeitos — observou Mansueto.
Em julho de 2008, a dívida externa dos estados e municípios correspondia a R$ 11,3 bilhões. Cinco anos depois, esse endividamento está em R$ 47,9 bilhões. Grande parte desse aumento corresponde à variação cambial no período e não à contratação de novos empréstimos


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