segunda-feira, 26 de agosto de 2013

SENADOR BOLIVIANO ASILADO NO BRASIL

Senador Roger Pinto
Brasília, 24 ago (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo que vai averiguar as "circunstâncias" nas quais o senador boliviano Roger Pinto saiu da embaixada brasileira em La Paz e chegou ao país, apesar de não contar com um salvo-conduto.
A chancelaria "está reunindo elementos acerca das circunstâncias em que se verificou a saída do senador boliviano e sua entrada no território nacional", disse uma nota oficial.
O encarregado de negócios do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, foi convocado para vir até Brasília para prestar "esclarecimentos", acrescentou o comunicado.
O texto afirmou também que "o Ministério das Relações Exteriores abrirá uma investigação e tomará as medidas administrativas e disciplinares" correspondentes, o que poderia sugerir que houve alguma irregularidade na saída de Pinto, que estava na embaixada brasileira em La Paz desde 28 de maio de 2012.
O Brasil concedeu status de asilado político ao senador dez dias depois desta data. Pinto, no entanto, não pôde deixar a embaixada pois o governo de Evo Morales se negava a lhe conceder o salvo-conduto necessário.
Segundo as autoridades bolivianas, Pinto responde a várias acusações na justiça por corrupção. Em uma delas, inclusive, o senador foi condenado a um ano de prisão.
Pinto chegou hoje em Brasília, onde foi recebido pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço, que revelou que o legislador boliviano contou com cumplicidade oficial brasileira para abandonar seu país.
Ferraço disse que o político saiu da legação em La Paz em um carro oficial da embaixada, escoltado por fuzileiros navais, e que foi levado por terra até Corumbá, no lado brasileiro da fronteira, em uma viagem que durou 22 horas.
Em Corumbá, Pinto foi recebido por agentes da Polícia Federal e de lá seguiu para Brasília em um avião privado enviado pelo próprio Ferraço.
O governo boliviano disse que aguarda uma "explicação" do Brasil sobre o assunto. "Essa fuga, obviamente, tem que ser explicada, tem que ser informada pelo próprio governo brasileiro. Não sabemos exatamente como foi feita, mas para isso existem nossas chancelarias", disse hoje o ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana.
"Pinto fugiu como um criminoso comum", acrescentou o ministro.
Quintana classificou Pinto como "foragido" da justiça boliviana e assegurou que o governo de La Paz se valerá de "todas as ações legais correspondentes neste caso, tanto dentro do direito internacional, dos convênios bilaterais, assim como no marco do próprio Direito Interno boliviano". EFE

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