sexta-feira, 27 de setembro de 2013

CRESCE A RENDA DOS RICOS NO PAÍS E AUMENTA A DESIGUALDADE.



Numa tendência inversa a dos últimos anos, a desigualdade no Brasil ficou estagnada e o motivo é que o rendimento das faixas de renda mais alta cresceu num ritmo mais acelerado do que as de renda menor, especialmente no extrato do 1% mais rico da população. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2012, que investiga informações do mercado de trabalho, acesso a serviços públicos e bens duráveis, educação, entre outros.
O dado que sinaliza a concentração maior de renda indica que o rendimento dos que estão no topo da pirâmide (1% mais ricos) cresceu 10,8%, numa velocidade superior à média e ao das faixas de menor remuneração. A renda dos 10% mais pobres cresceu 6,6%.
Esses dados consideram apenas o rendimento do trabalho, cujo crescimento médio foi de 5,8% de 2011 para 2012 --ritmo que provavelmente não se repetirá neste ano, segundo analistas, diante do crescimento menor da economia e do menor reajuste do salário mínimo em 2013. Com isso, a faixa dos 1% mais ricos aumentou sua participação no total de rendimento de 12% para 12,5% de 2011 para 2012. Já na base da pirâmide, a fatia se manteve em 1,4%.
Como consequência da disparidade do aumento da remuneração de ricos e pobres, o Índice de Gini (medida de distribuição de renda) dos rendimentos do trabalho reduziu sua velocidade de queda e ficou em 0,498 em 2012 --quando mais perto de zero, menor é a desigualdade. Em 2011, havia sido de 0,501 --uma diferença de apenas 0,03 ponto percentual. Houve uma piora da distribuição de renda no Nordeste, única região com aumento do índice.
Para Sônia Rocha, economista do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Rendimento), a "pior notícia e a maior novidade" dos dados da Pnad é o crescimento da renda dos mais ricos, o que pode ter acontecido pela restrição da oferta de profissionais qualificados.
Editoria de arte/Folhapress
Rocha avalia que a renda média teve um bom desempenho, mas ressalta que a expansão não deve ser tão vigorosa neste ano como mostram os dados do IBGE para as principais regiões metropolitanas. Um boa notícia é que os maiores aumentos da renda ocorreram nas faixas próximas ao salário mínimo. Outro dado positivo foi a redução da taxa de desemprego --de 6,7% para 6,1% entre 2011 e 2012.
TODAS AS FONTES DE RENDA
Considerando a renda de todas as fontes (salários, alugueis, aposentadorias, transferências de renda e aplicações), a distância entre os mais ricos e os mais pobres foi ainda maior. Na faixa dos 10% com rendimentos mais baixos, houve alta de 5,1% --abaixo da média de 5,6%. Já para os 5% mais ricos, subiu 6,8%. No topo da distribuição dos rendimentos (1% maiores), a alta foi de 12,8%.
Com esse cenário, índice de Gini da renda de todas as fontes ficou estagnado em 0,507 em 2012, número igual ao de 2011. A concentração de renda subiu no Nordeste principalmente, mas teve também uma leve alta no Sudeste. O indicador é importante porque inclui as parcelas da sociedade que dependem de programas sociais

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