terça-feira, 17 de setembro de 2013

DILMA CONVERSA COM OBAMA E DECIDE VIAGEM AOS EE.UU.


Em Porto Alegre, Dilma Rousseff assina contrato para construção da P-75 e da P-77 Foto: R.Stuckert / Divulgação
Em Porto Alegre, Dilma Rousseff assina contrato para construção da P-75 e da P-77R.Stuckert / Divulgação
PORTO ALEGRE e BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversaram por telefone na tarde desta segunda-feira. Obama ligou para Dilma às 18h30, e eles conversaram durante 20 minutos sobre a revelação de que a agência americana de segurança espionou comunicações de brasileiros, incluindo a própria Dilma e a Petrobras. Após a conversa, o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, disse que a presidente anunciará nesta terça-feira a decisão sobre a visita de Estado aos Estados Unidos, marcada para 23 de outubro.
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, que esteve em Washington tratando da espionagem com o governo americano, acompanhou a conversa dos dois presidentes. Até o telefonema, a tendência da presidente era cancelar a viagem, pois a resposta do governo americano aos questionamentos do Brasil sobre o monitoramento das comunicações não convenceu o Palácio do Planalto.
Dilma Rousseff confirmou nesta segunda-feira que vai falar da espionagem americana durante o discurso que fará na sessão de abertura da assembleia geral da ONU em Nova York, daqui a uma semana. Em entrevista concedida na sala VIP do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, Dilma destacou que seu discurso vai salientar a necessidade de se manter a neutralidade da rede mundial de computadores e a proibição de usar a internet para ações de espionagem. Segundo ela, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já foi informado do teor do discurso.
Em Brasília, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nesta segunda-feira que o governo brasileiro está em um processo de diálogo com os Estados Unidos a respeito das denúncias de que a própria presidente Dilma Rousseff foi vítima de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana e que não é hora de "bravata".
— A presidenta já deixou muito claro que nós estamos em um processo de diálogo maduro com os Estados Unidos, não é hora de bravata. A presidenta e nosso ministro Figueiredo (das Relações Exteriores) é que estão cuidando deste tema. O Brasil agirá neste caso com a maior seriedade, não abrindo mão, de maneira alguma, da nossa soberania, mas sem fazer bravata — afirmou.
Sobre a visita de Estado que Dilma tem marcada para Washington nos dias 23 e 24 de outubro, Gilberto disse que a decisão de manter ou não a viagem será tomada em conjunto entre ela e Figueiredo a partir das respostas dadas pelos Estados Unidos aos questionamentos do governo brasileiro.
— Uma coisa o povo pode ficar tranquilo: a presidente Dilma jamais vai abrir mão da afirmação radical de nossa soberania — sentenciou o ministro.
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, disse nesta segunda-feira que vai conversar com a presidente hoje sobre a visita de Dilma a Washington, prevista para o mês que vem, mas sob risco de não ocorrer, após a revelação de que a própria presidente brasileira teria sido alvo de espionagem do serviço de inteligência norte-americano.
A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, chegou ao Brasil na manhã desta segunda-feira. Após desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, ela fez uma rápida declaração à imprensa, mas evitou falar sobre o momento delicado que vivem o Brasil e o Estados Unidos.
— Eu vou poder falar com vocês depois. Estou apenas chegando. Já vamos ter a oportunidade de falar mais cumpridamente — disse Liliana, que fala português e espanhol, ao ser questionada sobre o tema, após ler a declaração de menos de uma página no salão de um restaurante, no aeroporto Juscelino Kubitschek

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