segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ROBERTO CARLOS DEFENDE BIOGRAFIA COM REGRAS.

Uma das mais fortes ações de marketing do iTunes no Brasil será com Roberto Carlos
Roberto Carlos: “Ninguém poderá contar do meu acidente melhor do que eu" (Philippe Lima/Agnews)
“O biógrafo pesquisa uma história que está feita pelo biografado. Ele não cria uma história, ele narra aquela história que não é dele, é do biografado. E a partir do momento que ele escreve, ele passa a ser dono da história. E isso não é certo”, crê o cantor
O cantor e compositor Roberto Carlos afirmou neste domingo ser favorável ao projeto de lei 93/2011, que pode acabar com a restrição à publicação de biografias sem autorização prévia no país. No entanto, ele defendeu que é necessária uma nova legislação que dê limites às informações publicadas. Roberto Carlos disse que os juristas devem “estabelecer regras que não prejudiquem o biografado” e chegar a “uma solução razoável para todo mundo”.
O músico é um dos pivôs da proibição encampada pelo movimento Procure Saber, que tem apoio de Chico Buarque e Caetano Veloso, por exemplo. A Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel) batalha contra o Procure Saber no Supremo Tribunal Federal, com uma ação direta de inconstitucionalidade contra os artigos 20 e 21 do Código Civil, que condicionam a publicação de biografias ao aval dos personagens retratados ou de seus herdeiros. Em 2007, Roberto Carlos conseguiu retirar das livrarias a obra Roberto Carlos em Detalhes, escrita pelo repórter Paulo Cesar Araújo sem o seu consentimento. Uma possível liberação do texto de Araújo, segundo ele, “tem de ser discutida”.
 
 
“Sou a favor das biografias sem autorização, porém com certos ajustes que tem de acontecer”, disse o cantor em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, emissora com a qual mantém contrato. “[Os ajustes] têm de ser discutidos. Tem que haver um equilíbrio e alguns ajustes para que essa lei não venha a prejudicar nem um lado nem outro, nem o do biografado nem o do biógrafo. E que não fira a liberdade de expressão nem o direto à privacidade.”
O cantor disse que a proposta defendida por biógrafos e jornalistas para a liberação das publicações não teria efeito. Os escritores defendem os textos não precisem de aval prévio – considerado um tipo de censura – e que os biografados procurem a Justiça para reparar eventuais erros, calúnias ou difamações presentes nos livros. “Isso não funcionaria muito não”, disse o cantor, ao argumentar que a obra já estaria publicada na internet.'
Autobiografia – Roberto Carlos aproveitou a entrevista para anunciar que está preparando a própria biografia. Segundo ele, a própria história talvez não caiba em um só livro: “Vou contar tudo o que acho que tem sentido de contar em relação ao que senti e ao que vivi”.
O cantor prometeu abordar o acidente em que perdeu uma perna, ao ser atropelado por um trem. “Ninguém poderá contar do meu acidente melhor do que eu. Ninguém poderá dizer o que aconteceu, o que eu senti e passei com todos os detalhes que eu posso. Isso aí só eu sei”.
Roberto Carlos também argumentou que os escritores passam a ser donos da história alheia quando publicam uma biografia – o que para ele é incorreto. “O biógrafo pesquisa uma história que está feita pelo biografado. Ele não cria uma história, ele narra aquela história que não é dele, é do biografado. E a partir do momento que ele escreve, ele passa a ser dono da história. E isso não é certo”, acredita o cantor

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