segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

BRUXELAS - A presidente Dilma Rousseff disse que, pela primeira vez, Mercosul e União Europeia (UE) estão próximos de chegar a um acordo de livre-comércio entre os dois blocos. Em Bruxelas para participar da 7ª Cúpula Brasil-União Europeia (UE), Dilma aproveitou para defender com firmeza a Zona Franca de Manaus e se disse “surpresa” com a contestação por parte da Europa junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ao lado dos presidentes do Conselho da União Europeia, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a presidente disse acreditar que a reunião de alto nível técnico que ocorrerá no próximo dia 21 pavimentará o caminho para a apresentação de troca de ofertas entre as duas partes e a futura conclusão de um acordo final.
- Houve progressos por parte do Brasil e dos demais países do Mercosul. A reunião do dia 21 não é definitiva, mas esperamos uma sinalização para termos um horizonte mais perto para a negociação. Hoje temos a possibilidade real e concreta de fazer o acordo, o que não havia tão claro em períodos anteriores desde 2000 (quando começaram as negociações).
Durão Barroso citou o poeta Vinícius de Moraes, que disse que “a vida é arte do encontro”, e endossou o otimismo de Dilma em relação à costura de um acordo, apesar da presença de antigas “sensiblidades” em algumas áreas, as quais não quis mencionar, embora os diferendos no setor agrícola e de subsídios sejam conhecidos.
Em relação à Zona Franca de Manaus, Dilma foi direta:
- Nós estranhamos a contestação feita pela Europa na OMC, mesmo sabendo que é uma consulta prévia, de programas que são essenciais no desenvolvimento sustentável da economia brasileira – disse, numa referência também ao programa Inovar-Auto. – No caso da Zona Franca, assinalei minha surpresa de que a Europa, muito comprometida com questões ambientais, conteste uma produção ambientalmente limpa – concluiu, ressaltando que a Zona Franca de Manaus gera emprego, renda e é fundamental para a conservação da flotresta.
Durão Barroso disse entender os objetivos regionais brasileiros e garantiu não ter “nenhuma objeção de princípio” em relação à Zona Franca de Manaus, mas ressaltou que a UE questiona os instrumentos utilizados.
- Compreendo as preocupações ambientalistas e a política voluntarista para essa região. Temos de ver de que forma técnica se poder preservar esse estatuto privilegiado – disse Barroso







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