sexta-feira, 28 de março de 2014

GOVERNO NÃO CONSEGUE EVITAR CPI DA PETROBRÁS


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse, na manhã desta quinta-feira (27/3), que vai conversar com os líderes partidários da Casa para definir o cronograma para instalação da CPI da Petrobras. Embora diga que seja contrário à criação do colegiado, ele afirmou que, agora, “não há mais o que fazer” e que o requerimento protocolado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), também nesta manhã, será lido em plenário. O presidente disse que só falará de prazos depois da conversa com as lideranças.


“É evidente que uma CPI em ano eleitoral mais atrapalha do que ajuda a vida do Brasil. Mas agora não há mais o que fazer, porque temos o requerimento. Vamos marcar a data para fazer conferência dos nomes e instalar a comissão. Vou combinar com os líderes o melhor calendário”, disse Renan. O requerimento do PSDB está na Secretaria-Geral da Mesa, onde as assinaturas serão conferidas. Depois dessa etapa, o documento é liberado para a leitura em plenário, o que pode ocorrer em qualquer sessão.




O temor da oposição é que, sem interesse na investigação, Renan segure a leitura do texto, o que garantiria mais tempo ao governo para convencer senadores a retirar assinaturas. A tentativa do Palácio do Planalto tem três focos: Sérgio Petecão (PSD-AC), Eduardo Amorim (PSC-SE) e Clésio Andrade (PMDB-MG) assinaram o texto, mas são da base. Os senadores só podem retirar o apoio até meia-noite do dia em que for feita a leitura da matéria em plenário.

Renan negou que esteja preocupado com os desdobramentos da investigação, que podem atingir seu partido. O PMDB tem várias indicações políticas na empresa. “A nossa preocupação com a CPI é porque vai montar um palanque muito próximo da eleição. Do ponto de vista da investigação, não (há preocupação). Acho que a investigação tem que efetivamente caminhar”, disse.

O objetivo da oposição é investigar a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, em 2006. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff disse ao jornal Estado de São Paulo que votou a favor do negócio quando participava do Conselho Administrativo da Petrobras, com base em documentos “falhos”. Além disso, os tucanos, com apoio dos senadores de partidos da base aliada que se consideram independentes, querem mais informações sobre outras atividades da Petrobras, como a construção da Refinaria Abreu e Lima (PE)
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