sexta-feira, 16 de maio de 2014

APÓS A GREVE DA PM PERNANBUCO VIVE CLIMA DE TENSÃO

 

Policiais civis atuaram para evitar assaltos e saques em Recife - Igor Bione/JC Imagens
Igor Bione/JC Imagens
Policiais civis atuaram para evitar assaltos e saques em Recife
Atualizado às 9h32 - Recife - Apesar do fim da greve dos policiais e bombeiros militares de Pernambuco, anunciado na noite de quinta-feira, 15, o clima nas ruas da Região metropolitana do Recife e interior ainda é de preocupação e pouco movimento.

Diferentemente do que afirma o comando da Polícia Militar, que garante que 90% do efetivo está em campo, o que se vê são poucas viaturas e um efetivo pequeno circulando pelos principais corredores. A presença da Força Nacional ainda é percebida. Veículos blindados e solados armados estão circulando na periferia e corredores de transporte.

Boa parte das escolas da RMR permanece com as aulas suspensas, no aguardo da normalização da situação. No comércio, a maior parte das lojas abriu com uma hora ou mais de atraso. Em alguns casos, há presença de seguranças privados e a orientação dada aos funcionários é que abaixem as portas diante da ameaça de qualquer tumulto. O reforço da Força Nacional deverá continuar até que a normalidade seja reestabelecida, de acordo com o Executivo estadual.
Acordo.  Após três dias de pânico, bombeiros e policiais militares de Pernambuco decidiram encerrar a greve na noite desta quinta-feira, 15. Em assembleia, a categoria aceitou a proposta do governo de incorporar a gratificação por risco de vida ao salário. A remuneração passa de R$ 1,9 mil para R$ 2,8 mil por mês - os militares pediam até 50% de aumento. A Força Nacional de Segurança teve de agir no Grande Recife em meio à onda de saques, arrastões, assaltos e homicídios.

A violência se espalhou pela capital. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou que, das 19h desta quarta às 7h de quinta, sete homicídios foram registrados na região metropolitana, além de sete tentativas de assassinato - o número excede a média dos fins de semana, que é de no máximo seis. Foram detidas 234 pessoas, com 102 autuações em flagrante, de acordo com a Secretaria de Defesa Social.

O cenário de arrombamentos teve início na noite de terça em Abreu e Lima. Vândalos carregavam geladeiras, fogões, televisores e computadores pelas ruas. Pela manhã, o caos se expandiu. No bairro de Caetés, mercadinhos foram invadidos até por crianças.

A região metropolitana parou por causa de boatos. Comércio, escritórios, instituições públicas, universidades e escolas do Recife, de Olinda e da região metropolitana fecharam ontem. À tarde, já não havia movimento nas ruas.

Casos de violência eram relatados mesmo depois que os tanques do Exército começaram a ganhar as ruas. O advogado Rodrigo Ribas viveu momentos de terror ao deixar o escritório no centro, às 14h, para voltar para sua casa em Boa Viagem, na zona sul. Ele passou no meio de um saque. Um homem estava morto no chão e um carro da Polícia Civil se dirigia ao local pela contramão. "Me senti no meio de uma guerra", disse

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