domingo, 11 de maio de 2014

BOATOS NA INTERNET E REDE SOCIAIS PODEM CAUSAR MORTES

Família de Fabiane: quatro presos por terem participado do linchamento (Marcos Alves/Agência O Globo)
Família de Fabiane: quatro presos por terem participado do linchamento 
O caso da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, linchada por moradores de um bairro de periferia em Guarujá (SP), no último dia 3, após ser confundida com uma sequestradora, reacendeu o debate sobre justiçamentos e os impactos negativos que têm a propagação de boatos pela internet. Na avaliação de especialistas ouvidos pelo Correio, não se pode atribuir o espancamento a que a mulher foi submetida somente à crença da população de que ela seria uma criminosa. A informação, no entanto, serviu como combustível para a agressão e levou uma pessoa à morte. Fabiane morreu dois dias depois de ser espancada, jogada em uma vala e arrastada por uma bicicleta. O linchamento da dona de casa é pelo menos a 20ª situação de justiça feita com as próprias mãos em 2014.

Fabiane foi agredida depois de a página da internet Guarujá Notícias publicar um retrato falado de uma mulher que supostamente sequestrava crianças para usá-las em rituais satânicos. Depois de lerem a notícia, moradores de uma periferia do Guarujá confundiram Fabiane com a mulher da foto divulgada e a lincharam. A polícia, entretanto, informou que a publicação do site não passava de um boato e que a dona de casa não era envolvida em sequestros. O retrato falado que circulava havia sido produzido no Rio de Janeiro, em 2012. Diante do caso que chocou o país, especialistas são enfáticos ao dizer que o boato não justifica o ato e que ele não foi motivado apenas pela notícia, mas ressaltam os perigos de uma mentira propagada em cadeia

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