segunda-feira, 19 de maio de 2014

CRISE LEVA BRASIL A ABRIR FÁBRICAS NO EXTERIOR


A participação dos produtos industriais importados nas prateleiras do comércio brasileiro alcançou, no primeiro trimestre deste ano, um novo recorde: 22,5% do total. Apesar do avanço da concorrência de fora, sobretudo asiática, o maior desafio para as fábricas instaladas em território nacional está no ambiente doméstico, representado pela disparada dos custos para se produzir no país, com destaque para a eletricidade.

Itaipu, a maior hidrelétrica do país, está servindo de arma para o governo paraguaio atrair fábricas do lado brasileiro, oferecendo custo inferior e baixa tributação na conta de luz (Jorge Cardoso /CB/D.A Press)
Itaipu, a maior hidrelétrica do país, está servindo de arma para o governo paraguaio atrair fábricas do lado brasileiro, oferecendo custo inferior e baixa tributação na conta de luz


Esse choque para a indústria, que já sofre com a perda constante de competitividade, está levando empresas autogeradoras a venderem a própria energia no lucrativo mercado à vista, reduzindo o ritmo ou fechando suas linhas de montagem. Os ganhos compensam o corte na produção. Mas há algumas que foram além e já transferiram suas unidades de fabricação para o exterior, para fugir do alto preço do megawatt/hora (MWh). O caso mais notório dessa tendência está nos aviários localizados na Região Sul.
                                       
Aproveitando esse contexto, o Paraguai lidera a disputa internacional pelas indústrias brasileiras. Sócio do Brasil em Itaipu, o país vizinho só utiliza 5% do que é gerado na maior hidrelétrica da América Latina. Os outros 45% a que tem direito são quase sempre comprados pelo mercado brasileiro para suprir a crescente demanda. Com a crise do setor elétrico nacional se agravando, o governo paraguaio vem, nos últimos anos abordando empresários do outro lado da fronteira usando a energia da usina binacional, vendida bem mais barato, como chamariz.v

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