segunda-feira, 26 de maio de 2014

JOGADORES DA SELEÇÃO SÃO VAIADOS NA APRESENTAÇÃO PARA A COPA

Em meio a protesto, o ônibus da seleção deixa o hotel onde os jogadores se apresentaram
Em meio a protesto, o ônibus da seleção deixa o hotel onde os jogadores se apresentaram - Pollyane Lima e Silva
No início da tarde, os jogadores seguem rumo à Granja Comary – reformada para receber a equipe –, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, onde ficarão concentrados durante toda a Copa
A Copa do Mundo começou na manhã desta segunda-feira para os integrantes da seleção brasileira, que se apresentam no Rio de Janeiro para dar início aos preparativos para o torneio. Antes mesmo das 9 horas, seis jogadores já haviam chegado a um hotel próximo ao Aeroporto do Galeão, marcado como ponto de encontrodos atletas pela CBF. O local estava com a segurança reforçada desde o início da manhã. O goleiro reserva Jefferson foi o primeiro a chegar, por volta das 7h15 –  o jogador do Botafogo mora na cidade, se disse preocupado com o trânsito e chegou quase três horas antes do esperado. Fred chegou em seguida. "Estou realizando um sonho de infância", disse ele. "E, como brasileiro, é uma honra defender o meu país em casa. Agora, começa o trabalho duro para trazer o hexa", comentou o atacante às dezenas de jornalistas que se aglomeravam na entrada. Aproveitando as atenções em torno da seleção, professores em greve realizaram uma manifestação na porta do hotel, chegando inclusive a cercar o ônibus da equipe. Entre os manifestantes, alguns fizeram gestos obscenos na direção do ônibus e pelo menos um gritou o nome da seleção arquirrival do Brasil, a Argentina.
A maioria dos atletas não quis falar com a imprensa. Depois de Jefferson, David Luiz e Dante foram dois dos mais adiantados na apresentação. Daniel Alves chegou no banco traseiro de umautomóvel com os vidros escuros e passou despercebido, logo atrás do veículo que levava o goleiro Júlio César, o mais experiente do grupo – que se limitou a dizer que a expectativa está "enorme" para o Mundial. Thiago Silva chegou às 9h20, no banco do carona de um carro que acelerou para desviar dos jornalistas. Além da multidão de jornalistas, há poucos fãs no local – e eles comemoram a baixa concorrência de outros torcedores, aumentando a chance de ver seus ídolos. A estudante Gabriela Fernandes, de 17 anos, esperava pelo capitão da seleção. "Gosto do futebol dele desde quando jogava no Fluminense. Não podia perder essa chance de vê-lo mais de perto. Vou esperar o ônibus passar pelo menos pra ver se ganho um tchauzinho".
Faltando cinco minutos para as 10 horas, horário marcado para a saída do ônibus da seleção, cerca de cinquenta professores em greve chegaram ao hotel para chamar a atenção da multidão de jornalistas que aguardava a chegada dos jogadores. "Da Copa eu abro mão, eu quero mais dinheiro para saúde e educação", gritavam, enquanto se posicionavam bem no portão de entrada e saída de veículos. Policiais militares se posicionaram ao redor do grupo, acompanhando a movimentação. Os manifestantes tentaram bloquear o acesso ao hotel, mas foram impedidos pela PM, que formou um cordão de isolamento. Com tambores e buzinas, os professores cantavam: "Pode acreditar, educação vale mais do que o Neymar". Dentro do hotel, a segurança era feita por policiais federais. Às 10h29, o ônibus da seleção começou a deixar o local, acompanhado por mais de dez batedores em motos e duas viaturas da PF. Os professores chegaram a cercar o veículo, batendo na lataria e forçando o motorista a reduzir a velocidade. Ainda que lentamente, o ônibus conseguiu deixar o grupo para trás cerca de dez minutos depois – sob vaias dos manifestantes e gritos de "vergonha"

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