quarta-feira, 25 de junho de 2014

BLINDADO GABRIELLI VAI A CPI MISTA DA PETROBRÁS

NADA ESCLARECIDO - CPI da Petrobras no Senado ouve Sérgio Gabrielli
NADA ESCLARECIDO - CPI da Petrobras no Senado ouve Sérgio Gabrielli (Antônio Cruz/Agência Brasil)
O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli voltará pela terceira vez em três meses ao Congresso Nacional para responder a perguntas de parlamentares sobre detalhes da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e denúncias de superfaturamento em obras de outras refinarias da estatal. Até aqui, Gabrielli tem adotado diante dos congressistas um discurso alinhado com o governo – sem esclarecer coisa alguma. Ao que tudo indica, o ex-chefe da estatal deve ser blindado pela base também nesta quarta, quando será ouvido pela CPI mista da Petrobras, o que reduz as expectativas sobre seu depoimento. Os parlamentares, portanto, andam em círculos nas comissões que apuram – ou deveriam apurar – os desmandos na estatal.
  
Gabrielli esteve à frente da petroleira entre 2005 e 2011. Foi sob sua administração que a estatal adquiriu a refinaria de Pasadena. Na época, a presidente Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, chefiava o conselho de administração da estatal. A operação foi iniciada em 2006 e concluída em 2012, após a Petrobras perder uma batalha judicial com a empresa belga Astra Oil. A aquisição causou prejuízo de 1,2 bilhão de dólares à petroleira brasileira. Dilma afirmou que o conselho aprovou o negócio porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho" elaborado pelo então diretor da Área Internacional Nestor Cerveró.
Sob a mira do governo - Na audiência anterior, quando foi ouvido pela CPI do Senado, mantida sob as rédeas do governo, o executivo poupou Dilma. O depoimento foi prestado ainda sob a tensão provocada por uma entrevista concedida dias antes por Gabrielli ao jornal O Estado de S. Paulo, quando o executivo afirmou que Dilma "não pode fugir de sua responsabilidade" sobre Pasadena. ‘Enquadrado’ pelos governistas da comissão, Gabrielli amenizou o tom no Senado, afirmando que a presidente não poderia ser responsabilizada pelo negócio. Embora nesta quarta ele seja ouvido pela comissão de inquérito composta também por parlamentares de oposição, a ida de Gabrielli não causa grandes expectativas: a audiência foi chancelada por aliados ao governo, o que é um prenúncio de que o executivo deve voltar a proteger as transações da estatal

Nenhum comentário:

Postar um comentário