segunda-feira, 14 de julho de 2014

BANCO CENTRAL ERRA DEMAIS NAS PREVISÕES DA INFLAÇÃO

    
Uma curiosa estatística põe à prova a credibilidade do Banco Central. Desde 2007, quando o BC passou a divulgar as estimativas para a evolução da inflação dos próximos dois anos, a cada 10 projeções, a instituição errou nove. Além da falta de exatidão nas análises de longo prazo, os números deixam claro uma inclinação da autoridade monetária ao otimismo, já que nove de cada 10previsões equivocadas apontavam para a queda do custo de vida, quando o que se viu desde então foi justamente o contrário.

A última vez que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou dentro da meta perseguida pelo governo, de 4,5% ao ano, foi em 2009. De lá para cá, a carestia ganhou força, passou a flertar com o limite máximo de tolerância permitido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5% ao ano.

Durante o governo Dilma Rousseff, a situação agravou-se. Em três anos e meio, o IPCA rompeu o teto da meta em 11 ocasiões. Significa dizer que praticamente um terço da gestão de Dilma foi marcada pelo descumprimento dos limites de tolerância com a inflação.

O mercado financeiro aposta que o IPCA ainda romperá o teto da meta outras cinco vezes, chegando ao pico em setembro, a um mês das eleições presidenciais de outubro. Nos meses seguintes, segundo os analistas, recuará apenas levemente, encerrando o ano com alta de 6,46% — a maior carestia desde 2011.

O BC é mais otimista. As previsões divulgadas no último relatório de inflação da instituição dão conta de que o IPCA seguirá em desaceleração pelos próximos dois anos, até encostar em 5%, em junho de 2016. Mas, a julgar pela média de erros do passado recente, é pouco provável que esse número seja alcançado.

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