quinta-feira, 17 de julho de 2014

CAMPANHA DE PRESIDENCIÁVEIS NA INTERNET SERÁ AGRESSIVA

specialistas avaliam que a corrida presidencial de 2014 será a mais agressiva entre as últimas campanhas. Para eles, no entanto, a televisão permanecerá reservada para uma discussão mais programática e para críticas a gestões. Já a internet será o território livre aos ataques pessoais. Professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Calmon diz que, embora a importância da web esteja aumentando a cada eleição, a tevê continua sendo o carro-chefe das campanhas dos candidatos à Presidência da República.

Para Calmon, a diferença de tempo de tevê entre Dilma, Aécio e Eduardo pode influenciar diretamente no percentual de votos. “Há três candidatos extremamente competitivos no que tange à capacidade de montar estratégias adequadas para comunicar suas ideias e propostas ao eleitor. Se os três estão empatados no nível qualidade de estratégia, é óbvio que ter mais tempo é ter mais potencial de influenciar os eleitores.”

Calmon explica que, no momento da montagem do programa, o grande desafio é propor algo que vá ao encontro do que o eleitor quer, mas que também seja crível. “A primeira grande pergunta é quais são os temas mais importantes para o eleitor? O que pensa o eleitor sobre cada um desses temas? Qual a posição predominante? Com esses dados em mãos, o desafio é você propor coisas importantes para o eleitor e factível. Se você falar ‘vou acabar com toda violência no Brasil’, ninguém vai acreditar”, explica.

O professor da UnB diz que ataques pessoais têm sido pouco eficazes nas últimas eleições. Mas pondera que a próxima eleição pode ser mais agressiva. Na avaliação dele, o que causa o aumento da tensão é a “luta do PSDB pela sobrevivência”. “Se o PSDB sair derrotado, cairá para um dos menores partidos. Surgiu uma terceira força importante (PSB e Rede) e causou uma fragmentação grande. Corre o risco de o PSDB seguir a mesma trajetória do Democratas.”

Tática
O professor Rodrigo Mendes, da pós-graduação da UFMG, também avalia que a campanha deve ser mais agressiva. Para ele, ataques pessoais e mais agressivos devem pertencer mais à internet. “Não é uma eleição plebiscitaria. Vai ser polarizada, o que pode levar a uma tática mais agressiva. A tevê ainda é vista como um espaço mais nobre e, por isso, a internet deve ser mais o espaço desses ataques. É uma rede muito poderosa tanto para construir quanto para desconstruir imagem”, diz.

Para Mendes, outro papel da internet vai ser “repercutir e aumentar poder de televisão”. “ Na televisão, há um monólogo. A rede social é o lugar da interação, em que o que foi apresentado na tevê pode ser ampliado. Fica tão claro o aumento da importância dada a internet pelas grandes estruturas que as campanhas estão montando para a área.”

“Se os três (candidatos) estão empatados no nível qualidade de estratégia, é óbvio que ter mais tempo é ter mais potencial de influenciar os eleitores”
Paulo Calmon, cientista polític

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