sábado, 20 de setembro de 2014

ERRO DO IBGE DÁ FÔLEGO Á OPOSIÇÃO

Diretor de Pesquisa do IBGE, Roberto Ramos descartou pressão do governo sobre o levantamento (Fernando Quevedo/Agência O Globo)
Diretor de Pesquisa do IBGE, Roberto Ramos descartou pressão do governo sobre o levantamento


Um dia depois de ser criticado pela oposição diante da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013 que apontava o crescimento da desigualdade no país, o governo voltou atrás. O IBGE disse ontem que houve falha na checagem dos dados e que, na verdade, ao invés de aumentar, a desigualdade no país diminuiu ao longo dos últimos três anos. Não é a primeira vez que um recuo do tipo acontece. No início do ano, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) errou os dados de um levantamento sobre a percepção dos brasileiros em relação à violência contra a mulher (veja memória). Pelo segundo dia consecutivo, o Executivo foi condenado pelas campanhas de Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB).

Em nota, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, afirmou que os sucessivos erros são decorrentes da incompetência da atual gestão. “É impressionante o dano que o governo federal vem causando às instituições do país. Na ânsia de se manter no poder, o governo não hesita sequer em colocar em xeque instituições que são guardiãs da memória da sociedade brasileira”, afirmou.

Segundo Aécio, os dados equivocados são decorrentes da pressão feita sobre os pesquisadores e demais profissionais de institutos como o IBGE e o Ipea, aliado ao sucateamento desses órgãos, que acabam colocando em dúvida os dados apresentados, inclusive, e sobretudo, os positivos. “Os erros não são pequenos. É o governo do PT acabando com a credibilidade de nossas mais sérias e conceituadas instituições”, resumiu o tucano.

Para o coordenador financeiro da campanha presidencial de Marina Silva (PSB), deputado Márcio França, são tantas idas e vindas nos números divulgados oficialmente que fica difícil saber “qual é o governo verdadeiro e qual é o falso”. França afirma que essas revisões trazem insegurança a outros dados, como índices de inflação e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “Passa a impressão de que todas ações do governo terão de passar pelo crivo do João Santana (marqueteiro da campanha de Dilma Rousseff)”, lamentou o deputado socialista.

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