quinta-feira, 30 de outubro de 2014

BANCO CENTRAL ELEVA OS JUROS PARA CONTER A INFLAÇÃO


O presidente do Banco Central Alexandre Tombini
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (Pedro Ladeira/AFP/VEJA)
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central retomou o aperto monetário finalizado há 16 meses e elevou a taxa Selic a 11,25% ao ano. A decisão é válida até o próximo encontro, em 2 e 3 de dezembro, que também é o último do ano. Trata-se da maior taxa de juros desde outubro de 2011 e da primeira alta desde abril deste ano. 
A decisão surpreende porque o mercado esperava uma sinalização de elevação da taxa de juros, e não a alta em si. Na última reunião, em setembro, o BC sinalizou a manutenção da Selic. Na ata, a autoridade monetária informara que, com a manutenção da Selic, a inflação tenderia a entrar em trajetória de convergência para a meta de 4,5% em 2016. Pesquisa da Reuters havia mostrado que todos os 43 analistas consultados esperavam a manutenção da Selic.
O BC iniciou a trajetória de subida em abril do ano passado, quando a taxa de juros passou de 7,25% (mínima histórica) para 7,5%. No governo de Dilma Rousseff, que assumiu a presidência com a Selic a 10,75%, a maior taxa, de 12,5%, foi vista em julho de 2011. 
Segundo o comunicado divulgado pelo BC, a alta dos preços motivou a elevação. "Para o Comitê, desde sua última reunião, entre outros fatores, a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável. À vista disso, o Comitê considerou oportuno ajustar as condições monetárias de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016", informa o texto.
A decisão não foi unânime. Votaram pela elevação da taxa Selic para 11,25% ao ano os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Sidnei Corrêa Marques. Votaram pela manutenção da taxa Selic em 11% os diretores Altamir Lopes, Luiz Awazu Pereira da Silva e Luiz Edson Feltrim.

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