sábado, 15 de novembro de 2014

A HISTÓRIA DA QUEDA DE EIKE BATISTA

QUE PERSONAGEM – Eike, no auge: filhos com o nome de deuses nórdicos, recorde mundial em corrida de lancha apesar da asma e restaurante chinês para chamar de seu
QUE PERSONAGEM – Eike, no auge: filhos com o nome de deuses nórdicos, recorde mundial em corrida de lancha apesar da asma e restaurante chinês para chamar de seu (André Valentim/VEJA)
Ocorre nesta semana a audiência inaugural do julgamento em que Eike Batista é acusado de negociar com informação privilegiada. Se for considerado culpado no final, será o primeiro cidadão na história do país a ir para a cadeia por crimes no mercado de capitais — um marco para o Brasil e para a região.
Há apenas dois anos, as frases acima seriam impensáveis. Eike, que estava no ranking da revista Forbes de 2012 como o sétimo homem mais rico do mundo, aparentemente nada poderia fazer de errado. Seu vasto império de petróleo e mineração, que no auge chegou a valer mais de 30 bilhões de dólares, tornou-o uma celebridade entre investidores globais e “orgulho do Brasil”, nas palavras da presidente Dilma Rousseff. Eike era a prova aos críticos do PT de que um capitalismo audacioso era possível numa economia cada vez mais estatizada. Ele estacionava sua Mercedes na sala de estar, jantava com estrelas como Madonna e o campeão de tênis Andre Agassi e bebia champanhe vintage como se fosse água.
Na primeira investigação profunda sobre a ascensão e a queda do grupo EBX, de Eike Batista,Tudo ou Nada (Record; 546 páginas; 55 reais), livro de Malu Gaspar, editora da sucursal de VEJA no Rio de Janeiro, documenta o colapso do império de modo exaustivo e com detalhes espetaculares. Da reprodução de diálogos inteiros à observação de minúcias, como a exata poltrona ocupada por executivos num determinado voo, Malu Gaspar permite que o leitor reviva tudo — dos dias de glória do nascimento do grupo à falência, no ano passado — sobre a mais importante empresa do conglomerado, a petroleira OGX.

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