terça-feira, 9 de dezembro de 2014

CPMI DA PETROBRÁS TERMINA EM PIZZA


 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Controlada pelo governo, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a atuação de organização criminosa na Petrobras chega ao fim de maneira melancólica. Blindou corruptos e corruptores. Os integrantes do colegiado não quebraram sigilos bancários e telefônicos dos principais personagens do escândalo e fizeram um acordo para não convocar políticos tanto do governo quanto da oposição. O relatório final, que deve ser apresentado amanhã à tarde, não traz nenhum avanço em relação às investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Fará apenas um esboço genérico da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), do superfaturamento de empreendimentos da estatal, da segurança nas plataformas e do pagamento de propinas a funcionários da petroleira.

O conteúdo das delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, considerados os líderes do esquema, não deve integrar o resultado apresentado pela comissão. A oposição se reúne, na manhã de hoje, para debater um relatório paralelo e traçar estratégias na instalação de comissão com o objetivo de continuar as investigações na Casa no próximo ano. Participarão do encontro os líderes do PPS, Rubens Bueno (PR); do PSDB, Antonio Imbassahy (BA); do DEM, Mendonça Filho (PE); do PSB, Beto Albuquerque (RS) e do Solidariedade, Francisco Francischini (PR).


A oposição, de acordo com Rubens Bueno, pode chegar a pedir o indiciamento da presidente Dilma Rousseff, que comandava o conselho administrativo da Petrobras quando a empresa comprou a refinaria de Pasadena, o que teria gerado um prejuízo de US$ 792 milhões.

Os governistas ressaltam a agilidade da polícia e da Justiça como justificativas para a “falta de novidades” no relatório oficial. Aliados do Planalto argumentam que é impossível dimensionar o prejuízo resultante da falta da documentação da delação premiada que a CPI não pôde consultar. O Supremo Tribunal Federal (STF), temendo vazamentos para a imprensa, não compartilhou os depoimentos sigilosos que apontam o envolvimento de dezenas de políticos no escândalo.

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