domingo, 21 de dezembro de 2014

DIREITA VOLTA A CRESCER NO BRASIL

Coronel Telhada foi o segundo deputado estadual mais votado por São Paulo em 2014
Coronel Telhada foi o segundo deputado estadual mais votado por São Paulo em 2014 - Reprodução/Facebook/VEJA
No último dia 26 de outubro, tão logo soube que presidente Dilma Rousseff (PT) estava reeleita, o vereador paulistano Paulo Adriano Lopes Telhada, coronel aposentado da Rota, sigla para Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a tropa de elite da Polícia Militar, correu para despejar sua frustração no Facebook: “Sul e o Sudeste deveriam iniciar o processo de independência de um país que prefere esmola do que o trabalho, preferem a desordem em vez da ordem, preferem o voto de cabresto do que a liberdade”. Em 24 horas, seu perfil na rede social ganhou mais de 25 000 novos adeptos – hoje, ele tem 221 000 seguidores. Filiado ao PSDB, Telhada é um dos expoentes de um grupo de políticos campeões de votos nas eleições deste ano erguendo bandeiras conservadoras.
No último pleito, Telhada foi o segundo deputado estadual mais bem votado para Assembleia Legislativa de São Paulo, com 254 000 votos. O coronel é um legítimo exemplo do neoconservadorismo brucutu – formado por políticos que às vezes perdem a razão, mas não deixam de dar seu recado. No plano nacional, o fenômeno de votos se repetiu com a eleição de políticos alinhados à direita, muitos ligados à bancada evangélica, como o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que recebeu 398.087 votos, e o capitão da reserva Jair Bolsonaro (PP-RJ), o terceiro deputado federal mais votado do país, com 464.572 votos. E se é verdade que a linha dura agrada a uma significativa parcela da sociedade que andava órfã, também é fato que a verve incendiária tem um custo. A fala pós-urnas de Telhada foi duramente criticada, inclusive por integrantes do seu partido, que o consideram à direita das diretrizes programáticas do tucanato. “Aquilo foi um balão de ensaio e acabei tomando um tiro pela culatra. Eu queria apenas fazer um debate sobre a emancipação política de São Paulo. Na vida política, é preciso se policiar porque qualquer coisa que se faz inocentemente paga-se um sapo terrível”, diz

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