terça-feira, 17 de março de 2015

DILMA REAPARECE E PEDE TRÉGUA Á OPOSIÇÃO

A presidente Dilma Rousseff durante pronunciamento
DAY AFTER – A presidente Dilma Rousseff durante pronunciamento em Brasília: flagrante mudança de tom(Eraldo Peres/AP)
Acuada pelo maior protesto da história democrática do país contra um governo, a presidente Dilma Rousseff decidiu reaparecer, discursar e tentar disfarçar o abatimento em uma entrevista em Brasília. Tanto no pronunciamento, destinado à cerimônia de sanção do novo Código de Processo Civil, quanto nas respostas às perguntas de jornalistas, a única novidade foi a mudança no tom: a exemplo da fala de ministros mais cedo, palavras como "humildade" e "diálogo" foram incorporadas no vocabulário da petista nesta segunda-feira. Dilma voltou a defender a aprovação do ajuste fiscal, prometeu entregar seu pacote atrasado anticorrupção e fez um apelo: "Vamos brigar depois".
Durante suas falas, a presidente visivelmente se esforçou para transmitir uma imagem mais leve: sorriu, brincou com jornalistas e até ensaiou admitir erros. Mas não tardou para algumas contradições surgirem: Dilma não resistiu, cutucou a oposição e tentou equiparar a passeata promovida pelos seus aliados - muitos pagos para comparecer ao ato - na sexta-feira aos milhares de brasileiros que foram às ruas no domingo.
A confissão parcial de que seu governo errou foi feita em entrevista coletiva, quando a petista analisava o cenário de instabilidade econômica. Dilma lembrou que o governo aplicou todos os recursos, no primeiro mandato, para enfrentar a crise financeira internacional, e disse que agora é preciso fazer um ajuste para corrigir os rumos. Quando questionada sobre a responsabilidade do governo sobre o desequilíbrio, ela chegou afirmou: "É possível que a gente possa ter até cometido algum [erro]. Agora, qual foi o erro de dosagem que nós cometemos? Nós gostaríamos muito que houvesse uma melhoria econômica de emprego e de renda. Tem gente que acha que a gente devia ter deixado algumas empresas quebrarem e muitos trabalhadores se desempregarem. Eu tendo a achar que isso era um custo muito grande para o país. Agora que é possível discutir se podia ser um pouco mais, um pouco menos, é possível discutir", disse ela. Mas em seguida fez um contraponto: "Ninguém pode negar que nós fizemos de tudo para a economia reagir

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