domingo, 5 de abril de 2015

DILMA: CEM DIAS DE GOVERNO E OS PROBLEMAS SE AGRAVAM

Um governo que não começou. São exatos 100 dias, completados na próxima sexta-feira, e a presidente Dilma Rousseff (PT) não conseguiu sair das cordas. A face mais visível da nova gestão nesses três primeiros meses, diante dos escândalos de corrupção que parecem não ter fim, é a paralisia. Pior: o desemprego bate na porta dos brasileiros e as projeções de crescimento para 2015 são as piores possíveis. O país do “governo novo, ideias novas”, vendido durante a campanha eleitoral, não conseguiu espantar o fantasma da inflação. Medidas impopulares foram tomadas diante da necessidade de ajuste urgente das contas.

Com o cinto mais apertado, as ruas, inflamadas pela oposição, já começaram a mandar o recado. A presidente também enfrenta dificuldades para convencer até os aliados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticou os tarifaços de luz, de água e dos combustíveis.

No plano político, o diálogo com a outra metade do Brasil, prometido por Dilma em discurso logo após a divulgação do resultado da eleição, não aconteceu. A presidente “que não escuta ninguém” se isolou ainda mais. Diante das crescentes denúncias de corrupção, mergulhou logo no primeiro mês de sua segunda gestão. Saiu da toca em seguida, mas ainda não conseguiu colocar em prática o plano de recuperação de sua popularidade. Cientistas políticos ouvidos pelo Correio apontam que a presidente falhou ao escolher como principal interlocutor político alguém controverso como o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Alegam que falta articulação política para flexibilizar as importantes relações com o Congresso Nacional.

 AFP PHOTO/EVARISTO SA


A falta de apetite político da presidente Dilma Rousseff foi explicitada, na opinião do cientista político e professor do Insper Carlos Melo, ainda durante o discurso proferido logo após a confirmação oficial da vitória nas eleições presidenciais de 2014. Segundo ele, em uma eleição apertada, decidida por uma diferença de apenas 3 milhões de votos, Dilma fez um discurso de diálogo nacional, mas, de maneira arrogante, não estendeu a mão para a oposição. “Se ela estivesse, de fato, disposta a recompor as pontes políticas, poderia, ao menos, ter citado o nome de Aécio Neves nas palavras em que comemorava a vitória”, disse Melo. “Ela não desceu do Olimpo”, criticou.

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