sábado, 4 de abril de 2015

MANOBRAS JURÍDICAS ATRASA JURI DO MENINO BERNARDO


Há exatamente um ano, o menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, saia de casa em Três Passos (RS) no carro de sua madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini. Ele não voltaria da visita que fizeram à cidade vizinha de Frederico Westphalen. Naquela sexta-feira, Bernardo achava que iria fazer compras: ansiava por um aquário e uma TV nova. Estava sendo enganado com falsas promessas pela madrasta, segundo a Polícia Civil. Ele seria morto com uma superdosagem de tranquilizante e enterrado envolto em um saco plástico na beira do Rio Mico. O corpo só foi encontrado dez dias depois. Denunciados pelo Ministério Público, os quatro acusados de planejar e executar o assassinato do menino e de ocultar o cadáver seguem presos preventivamente e sem data para ir a julgamento: além da madrasta, o pai do menino, o médico Leandro Boldrini, uma amiga dela, a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o irmão Evandro Wirganovicz. Eles nem sequer foram ouvidos pelo juiz - fase que pode acontecer neste ano.
O processo da morte de Bernardo se tornou uma longa argumentação que se estende por 6.618 páginas e 32 volumes na Justiça gaúcha. Foram ouvidas 25 testemunhas de acusação e 27 de defesa até agora. Só os advogados do pai de Bernardo chegaram a arrolar 37 testemunhas, mas depois desistiram dos depoimentos na data das audiências, de acordo com a promotora de Justiça Silvia Jappe. Para o Ministério Público e até para o advogado de um dos réus, a estratégia serviu como manobra para atrasar o andamento do processo e colocar os presos em liberdade. "Foram arrolados muitas testemunhas pela defesa e isso não era esperado. Eles foram desistindo das testemunhas, mas só no dia das audiências, quanto todo o trâmite já tinha sido realizado", diz a promotora. "Eles já alegaram até excesso de prazo para tentar soltar os réus.

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