segunda-feira, 6 de abril de 2015

VENEZUELA E ARGENTINA EM CONEXÃO COM O IRÃ

Mahmoud Ahmadinejad, Hugo Chávez e Cristina Kirchner
Mahmoud Ahmadinejad, Hugo Chávez e Cristina Kirchner
Apesar das diferenças culturais e das vertentes históricas nem sempre coincidentes, os países da nossa América do Sul tendem a mover-se coordenadamente em política. O caudilhismo, a mímica do fascismo europeu, as turbulentas experiências democráticas do pós-guerra, os regimes militares durante a Guerra Fria e, agora, o populismo "dependendista"-- em que, idealmente, o nascimento, vida e morte de empresas, e quem sabe, de pessoas -- depende unicamente da vontade do Estado. Movemo-nos em nossos países acompanhando o eixo pendular de forças tectônicas que, abaixo das nossas percepções conscientes, direcionam nosso pensamento e ação políticas. O processo, é evidente, dá-se em ritmos e graus diferentes. No entanto, individualmente nossos países são como passageiros caminhando para a traseira no corredor do avião imaginando que vão para onde seus narizes apontam, quando o vetor de seu deslocamento real é aquele pelo qual vai a aeronave. Com o risco de render-me ao fatalismo e de minimizar o protagonismo individual como agente da história, esse é o processo que, a meu ver, predomina em nossa caminhada conjunta na América do Sul. Como bom materialista, francês Fernand Braudel, em "A Dinâmica do Capitalismo", sua obra quase póstuma, de 1985, tenta explicar,em parte, esse comportamento de manada no continente sul-americano e, de certa forma, de toda a América Latina, pela nossa matriz econômica comum: monoculturas locais com preços das nossas mercadorias definidos nos centros consumidores da Europa, Estados Unidos e, mais recentemente,China. Em uma palavra, dependência, da qual, aponta Braudel, só nos livraremos com educação de qualidade para a maioria e capacidade técnica para agregar valor a nossos produtos de modo que eles imponham seus preços em qualquer mercado. Antes de prosseguir para a questão central que motivou esse artigo, quero crer que, interpretando os rumores do mundo à minha volta, o pêndulo do continente já está se movendo do populismo dependentista para uma posição de equilíbrio. A imprensa livre e comercialmente viável de nossos países teve e está tendo um papel importante em apressar o movimento reparador da dolorosa distorção populista

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