sábado, 30 de maio de 2015

DILMA: GOVERNO PASSA POR MOMENTOS DIFÍCEIS

A presidente Dilma Rousseff participa da abertura da10ª Conferência Nacional do PC do B, no teatro da Unip (Campus Dr. Bacelar), em São Paulo (SP)
Dilma Rousseff, no congresso do PCdoB: conservadorismo perigoso(Thiago Bernardes/VEJA)
Na abertura da 10ª Conferência Nacional do PCdoB, em São Paulo, na noite desta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff (PT) reconheceu que seu governo vive momentos difíceis e defendeu as medidas de ajuste fiscal. "Chegamos ao limite do orçamento e devemos reconstruir o equilíbrio fiscal. Estamos tentando colocar a economia na rota do crescimento e é melhor que façamos logo porque a demora atua contra a população e contra o povo", afirmou, sem reconhecer a própria responsabilidade pelos "momentos difíceis". No discurso de pouco mais de uma hora, a presidente lamentou o fim da CPMF, derrubada no Congresso Nacional, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que a destinação de 25% do fundo do pré-sal para a saúde não dá para muita coisa. Ao defender seu governo, afirmou enxergar um conservadorismo muito perigoso na sociedade brasileira e se posicionou mais uma vez contra a maioridade penal. "Penalize o adulto, mas resolver a questão da violência do menor com internação em prisões, não resolve."
Ajuste fiscal - Dilma fez elogios ao partido comunista, lembrou o passado comum na luta contra a ditadura e rebateu críticas ao ajuste, em particular as ventiladas por sua própria base aliada. "Posso garantir que agenda do meu governo é popular, inclusiva, e tenho discutido o ajuste fiscal de forma equilibrada, com justiça." Segundo ela, as medidas provisórias 664 e 665, que alteram benefícios trabalhistas e previdenciários, são "correções de rumo", e o projeto de lei das desonerações é "crucial". "Conseguimos aprovar as MPs que precisávamos e agora precisamos aprovar o PL (projeto de lei) que reduz a desoneração da folha, mas nós não estamos com isso aumentando imposto", afirmou - na verdade, o governo abriu mais de uma frente para elevar a arrecadação, o que inclui elevar impostossobre importados, aumentar a taxação sobre o lucro de bancos e recompor alíquotas da contribuição previdenciária sobre a receita de empresas. Para não variar, Dilma aproveitou para criticar a gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso. "Os ajuste que queremos fazer não têm o mesmo padrão dos realizados antes do governo Lula", disse. "Não vamos interromper os programas sociais e de infraestrutura. Este é o desafio do governo e, por isso, é preciso rapidez na implantação dos ajustes."
Reforma política - Dilma também falou da reforma política, dizendo considerá-la fundamental para fortalecer os partidos - embora jamais tenha dado efetiva prioridade ao tema - e defendeu o fim do financiamento empresarial de campanhas políticas. "Considero que temos que introduzir na Constituição o fim do financiamento empresarial", disse. "Temo que isso seja postergado." Na verdade, em vez de postergado, a questão do financiamento avançou esta semana com a aprovação das doações de empresas, não sua proibição, ainda que apenas a partidos políticos, não a candidatos.
Petrolão - Dilma insistiu na tese de que a Petrobras "virou a página" do escândalo do petrolão. "Agora temos condições de lançar o plano estratégico de investimento da Petrobras", disse, ignorando as dificuldades que a estatal enfrenta para se financiar. Dilma fez também uma longa defesa do programa de conteúdo nacional e afirmou que ele foi o responsável pela criação de muitos empregos no país. "O Brasil não vai ser aquele país que só exporta óleo bruto. Não vamos cair na maldição do petróleo", afirmou

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