terça-feira, 16 de junho de 2015

GOVERNO VAI PAGAR BILHÕES PARA CORRIGIR MEDIDAS FISCAIS

Dilma fala a empresários em Brasília
TCU julgará as contas de Dilma Rousseff referentes a 2014 na próxima quarta-feira(Alan Marques/Folhapress)
O governo pode ser forçado a pagar uma conta de 24,5 bilhões de reais que continua pendurada pelo Tesouro Nacional nos bancos públicos, caso o Tribunal de Contas da União (TCU) decida que devem ser corrigidas todas as manobras fiscais, conhecidas como "pedaladas", neste ano. Este é o passivo que a União tem com o Banco do Brasil e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O TCU julgará as contas de Dilma Rousseff referentes a 2014 na próxima quarta-feira.
Segundo especialistas em contas públicas, como os economistas José Roberto Afonso e Mansueto Almeida, essas dívidas do Tesouro com os bancos públicos fazem parte das manobras fiscais, já que o governo aumentou muito os programas subsidiados oferecidos pelos bancos, controlados pela União, sem, no entanto, elevar na mesma proporção os pagamentos devidos a esses bancos.
Relatório técnico do TCU obtido pelo jornal Folha de S. Paulo aponta que erros seguidos em projeções econômicas, com uso de parâmetros, em geral, otimistas, elevaram artificialmente as previsões de receita do orçamento federal e deram origem às manobras usadas pelo governo Dilma. O documento indica em que, em quatro anos, a diferença entre o que se projetou e o que de fato entrou no caixa foi de 251 bilhões de reais.
De acordo com as demonstrações contábeis do Banco do Brasil para o primeiro trimestre, o Tesouro ainda deve 12,7 bilhões de reais com a equalização dos juros oferecidos pelo BB com crédito agrícola. Com o BNDES, o passivo do Tesouro era de 8,8 bilhões de reais em restos a pagar registrados para este ano e outros 5 bilhões de reais gerados já em 2015. Até abril, no entanto, o governo pagou quase 2 bilhões de reais do que devia ao BNDES, restando portanto um saldo que chegará a 11,8 bilhões de reais. Somados, os passivos do Tesouro com BB e BNDES chegam a 24,5 bilhões de reais

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