sábado, 26 de setembro de 2015

FRANCISCO O PAPA DA DIPLOMACIA

A palavra pontífice tem origem no latim e significa “aquele que faz pontes”. Nunca um título caiu tão bem para um papa quanto para o argentino Francisco, 78 anos. Em sua mais aguardada viagem nestes movimentados dezoito meses de pontificado, o líder máximo da Igreja Católica selou a reconciliação de Cuba e Estados Unidos, costurada durante meses por ele próprio, numa visita histórica a esses dois países. Desde que pisou em Havana, no sábado 19, Jorge Mario Bergoglio tem colecionado momentos carregados de simbologia, como a ida ao Congresso americano na quinta-feira 24, e lançado discussões por vezes incômodas para alguns de seus milhões de interlocutores. Falou sobre liberdade em Cuba. E sobre o direito dos imigrantes, a abolição da pena de morte, a degradação do meio ambiente, contra o comércio de armas, as guerras e o aborto nos Estados Unidos. Mas sempre sob um manto conciliador. “O mundo precisa de reconciliação, principalmente num momento de 3ª. Guerra Mundial em etapas como a que estamos vivendo”, disse. Mas engana-se quem lê essa visita papal como uma missão política – apesar de Francisco ter se tornado sim um dos maiores líderes do cenário mundial. Os gestos do latino-americano devem ser interpretados nas entrelinhas. “A viagem dele é pastoral, mas a fé não vem separada da realidade”, afirma o teólogo Antonio Manzatto. “Estando nos Estados Unidos, um lugar de tamanha importância para os mais pobres, ele tem de falar de refugiados, de sustentabilidade...Não vai falar de anjos ou a cor do véu de Nossa Senhora.”
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HISTÓRIA
Quinta-feira 24 de agosto, pela primeira um papa discursa no Congresso
americano: 50 minutos de fala e 30 interrupções para aplausos

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