sábado, 24 de outubro de 2015

NA ARGENTINA CANDIDATO DO GOVERNO É O FAVORITO

Daniel Scioli e Cristina Kirchner durante encontro em Buenos Aires
Daniel Scioli e Cristina Kirchner durante encontro em Buenos Aires
O governo de Cristina Kirchner está chegando ao fim com um triste legado: sérios escândalos de corrupção, economia vacilante e aumento da criminalidade. No entanto, a presidente ainda sustenta uma popularidade nada desprezível: 39,2% de aprovação, de acordo com a Management & Fit. O peronismo kirchnerista - apoiado em um forte populismo, programas sociais assistencialistas, críticas ferrenhas e acusações infundadas aos adversários, perseguição à imprensa independente e ligações escusas com sindicatos, cooperativas e até torcidas organizadas - parece ter encontrado uma chance de sobrevida em Daniel Scioli, candidato governista à Presidência, favorito nas eleições deste domingo.
A Argentina parece não saber viver sem o peronismo, de cuja ala esquerdista se originam a filosofia e os simpatizantes políticos do falecido Néstor Kirchner e da atual presidente Cristina. O "casal K", como eles eram conhecidos antes da morte de Néstor, governou o país nos últimos 12 anos, com Cristina desde 2007 e antes disso seu marido. "É o ciclo mais longo depois do golpe de 1955: nada até aqui durou mais de 12 anos, o que diz muito sobre o impacto que teve sobre o conjunto da sociedade", diz o consultor político argentino Carlos Fara.
Cristina soube muito bem se apropriar da imagem de viúva enlutada para fazer seu poder e popularidade crescerem. Hoje, mesmo sem Néstor, os Kirchner seguem fortes politicamente. "O kirchnerismo definiu os parâmetros do debate político nestes 12 anos e nunca perdeu seu protagonismo", diz Fara. Enquanto a presidente supervisionou a escolha do político para sucedê-la - o vice de Scioli é Carlos Zanini, homem de confiança de Cristina -, seu filho Max é candidato a deputado e desponta até mesmo como provável nome num futuro ministério.

Nenhum comentário:

Postar um comentário