quinta-feira, 26 de novembro de 2015

SENADOR PRESO TEM COMPORTAMENTO DE MAFIOSO

Em sessão extraordinária realizada ontem, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou, por unanimidade, a prisão preventiva do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF. O ex-líder do governo no Senado é suspeito de atrapalhar as investigações do escândalo da Petrobras. Para tentar impedir a delação premiada de Nestor Cerveró, o senador ofereceu uma “mesada” de R$ 50 mil pelo silêncio do ex-diretor da Petrobras. Após a decisão do Supremo, a prisão de Amaral foi para análise no Senado.

Gustavo Moreno/CB/DA Press - 27/11/14 - Nelson Jr./SCO/STF
O colegiado, convocado por Zavascki na manhã de ontem, confirmou ainda as prisões temporárias de André Esteves, dono do Banco BTG Pactual, e de Diogo Ferreira, chefe do gabinete do senador; além da prisão preventiva do advogado Edson Ribeiro, que defendeu Cerveró.
Em gravações de conversas recentes entre Amaral, Bernardo Cerveró e Edson Ribeiro foram citados os ministros do STF Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Teori Zavascki. O senador sugeriu que o grupo “centrasse fogo no STF”, para pressionar os ministros por habeas corpus que assegurassem a liberdade de Cerveró. “Infelizmente, nós estamos sujeitos a esse tipo de situação. Pessoas que vendem ilusões, mensageiros que tentam dizer ‘conversei com fulano, sicrano, vou resolver a sua situação’. O que importa é o seguinte: O Supremo Tribunal Federal não vai aceitar nenhum tipo de intrusão nas investigações que estão em curso e é isso que ficou bem claro na tomada dessa decisão unânime em colegiado”, garantiu Toffoli.

Para Zavascki, Amaral se colocou como capaz de influenciar decisões judiciais por meio dos ministros, enquanto Fachin esclareceu que nunca falou com o senador sobre a Lava-Jato e que considera a menção “lamentável”. O ministro Gilmar Mendes ressaltou, durante a reunião extraordinária, que não havia sido procurado para agir em favor de Cerveró. “Nós temos contatos inevitáveis com parlamentares. Essa é uma marca da Brasília, e conversamos, inclusive, sobre o quadro político. Mas não recebi nem de parte do presidente do Congresso, Renan Calheiros, nem de parte do vice-presidente, Michel Temer, qualquer referência, ou apelo, ou outro caso em tramitação nesta corte.

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