quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

JAQUES WAGNER ATUAVA JUNTO A EMPRETEIROS PARA FINANCIAR CAMPANHAS

O ministro Jaques Wagner
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, é citado em mensagens de texto encontradas no celular de empreiteiro condenado na Operação Lava Jato(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Um conjunto de mensagens telefônicas de texto recolhidas pela Lava Jato mostra a proximidade do ex-presidente da empreiteira OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, com importantes nomes ligados direta ou indiretamente ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff, Entre eles, estão o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Os três não são alvos da operação.
O conteúdo das mensagens mostra que o executivo, condenado a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema do petrolão, atuou por interesses dos petistas em episódios distintos. No caso de Wagner, há negociação de apoio financeiro ao candidato petista à prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino, como também pedidos de intermediação do então governador da Bahia com o governo federal a favor de empreiteiros.
Os diálogos foram obtidos pelos investigadores da Lava Jato em Curitiba (PR) e remetidos à Procuradoria-Geral da República (PGR) por haver menção ao nome do ministro - que possui foro privilegiado. As mensagens de texto foram trocadas entre agosto de 2012 e outubro de 2014.
O ministro é identificado como "JW" e os investigadores suspeitam que o apelido "Compositor" também seja uma referência a ele, devido à similaridade com o nome do maestro e compositor alemão Richard Wagner. Já o candidato do PT à prefeitura de Salvador Nelson Pellegrino é citado nas mensagens como "NP" ou "Andarilho", em alusão a "peregrino", trocadilho com seu sobrenome. No primeiro turno daquela eleição, ele disputou o comando da capital baiana com ACM Neto (DEM) e Mário Kertész (então PMDB), identificados nas conversas como "Grampinho" e "MK", respectivamente.
No segundo turno, Kertész decidiu deixar o partido, que aderiu à campanha de ACM Neto, e apoiar Pellegrino. Wagner aparece como intermediador das conversas na negociação de apoio do PMDB ao candidato petista.

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