sábado, 19 de março de 2016

CONGRESSO TOMA ATITUDE E INSTALA COMISSÃO DO IMPEACHMENT


Há momentos cruciais na vida de um político em que ele precisa decidir se está disposto a responder aos anseios legítimos da sociedade ou se agirá de acordo com as suas conveniências particulares. Nos próximos dias, o Congresso brasileiro irá se deparar com esta circunstância histórica. Mais do que uma querela partidária, a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff representa, para congressistas de diferentes matizes ideológicas, uma rara oportunidade de mudar o destino de toda uma nação, e não apenas de partidos, sejam eles governistas ou de oposição. 
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Protesto: Na quarta-feira 16, deputados da oposição exibem cartazes que pedem
a saída de Dilma. Abaixo, placar que sacramenta a abertura da comissão de impeachment
 
 
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Vilipendiado por escândalos de corrupção, ultrajado por parlamentares infames, o Congresso terá agora uma chance de se redimir dos pecados cometidos em nome do jogo político. Não é mais possível ignorar o chamamento das ruas. Não é mais justificável fechar os olhos à sujeira que cobre de névoas o governo petista. Não é aceitável impedir que o Brasil volte a sonhar com um futuro decente, para sair enfim do pesadelo que sufoca o País. Aprovar o impeachment da presidente de Dilma é, acima de tudo, uma questão de dignidade. 
 
Cabe ao Congresso cumprir o seu papel democrático, que não é outro a não ser defender o País e honrar os votos que os parlamentares receberam de milhões de brasileiros. A história é sempre implacável com aqueles que traem as aspirações populares. Foi assim com os que foram contrários ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992. O destino lhes reservou o ocaso político. Não será diferente agora. No PMDB, persiste uma minoria que pretende desfrutar, até o último suspiro, das benesses oferecidas por Dilma. 
 
É o caso do deputado mineiro Mauro Lopes, que pisoteou a decisão da Convenção Nacional do PMDB ao assumir o posto de ministro da Aviação Civil na quinta-feira 17. Em reunião no sábado 12, a sigla havia proibido os filiados de ingressarem no governo. Não demorou para o desconhecido Lopes, que corre o risco de ser expulso da legenda, se tornar um dos alvos de manifestações populares. É um preço que ele e outros podem pagar por ignorarem o clamor popular pelo impeachment. Fazem parte deste ala colegas de Esplanada, como Kátia Abreu, Marcelo Castro, Henrique Eduardo Alves, Celso Pansera e Helder Barbalho. 
 
Na Câmara, a turma do PMDB que joga contra o País é capitaneada pelo líder Leonardo Picciani, além dos integrantes da Comissão do Impeachment José Priante (PA), João Marcelo (MA), Valtenir Pereira (MT) e Washington Reis (RJ). O ministro da Secretaria dos Portos, Helder Barbalho (PMDB-PA), já começa a sentir os efeitos da permanência no governo. Nos últimos dias, seus assessores receberam mensagens de e-mail com severas críticas ao apoio de Barbalho a Dilma. Permanecer até o fim na gestão da petista pode destruir sua pretensão de disputar a cadeira de governador do Pará.

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