sábado, 9 de abril de 2016

CORRUPÇÃO GLOBAL!

Como se não bastasse a crise política e econômica que tem asfixiado o Brasil nos últimos tempos, novas revelações de um escândalo global devem provocar estragos também em território brasileiro. Na semana passada, o vazamento de 11,5 milhões de documentos da consultoria panamenha Mossack Fonseca trouxe à tona informações sobre 214 mil empresas que operam em paraísos fiscais. Essas firmas, chamadas offshores, são normalmente utilizadas para pagar menos impostos, conceder anonimato aos clientes e, em alguns casos, promover atividades ilegais, como lavagem de dinheiro e corrupção. O Brasil aparece com certo destaque na lista. Na sexta-feira 8, novos documentos mostraram que a Petrobras pagou comissões milionárias em operações com petróleo a uma empresa sem sede própria, funcionários ou site. As comissões, diz a denúncia, foram pagas por meio de uma conta bancária na Suíça. Entre os brasileiros citados está o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, veterano de outros escândalos de corrupção (acusado, em denúncias anteriores, de pagamento de propina e ocultação de contas bancárias na Suíça). Desta vez, paira sobre ele a suspeita de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com os documentos divulgados na semana passada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), Cunha mantém ligações com pelo menos uma offshore, a Penbur Holdings, que ele controlaria por meio de dois panamenhos. Manter valores no exterior não é crime, desde que o dono do dinheiro informe a atividade à Receita Federal e ao Banco Central. Nada disso teria sido feito pelo brasileiro, que nega as denúncias.
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CRIMES 
Pesa sobre Cunha a suspeita de lavagem de dinheiro e evasão de divisas
O escritório brasileiro da Mossack Fonseca está sob a mira da Polícia Federal desde o início do ano. As investigações mostram que o endereço operou para seis grandes empresas citadas na Lava Jato e sete partidos políticos. Além disso, dados preliminares revelam que 57 pessoas investigadas na operação têm alguma conexão com a offshore panamenha. Entre os políticos citados, além de Cunha, estão o ex-deputado federal João Lyra e o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). O impacto dos Panama Papers deve ser tão grande que novas regras podem ser criadas pelas autoridades internacionais. “É possível que o escândalo faça os países desenvolvidos desenvolverem acordos para diminuir o número de firmas abertas no Exterior”, diz Leonardo Pessoa, professor de direito empresarial e tributário do Ibmec-RJ. “As offshores escancaram a corrupção internacional.

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