quarta-feira, 20 de abril de 2016

MICHEL TEMER JÁ TRAÇA FUTURO GOVERNO


Nelson Almeida/AFP
Até a votação do processo de admissibilidade em meados de maio, o país — em crise econômica profunda — vive a esquizofrenia de conviver com um governo constituído, que só tem atenção para escapar do impeachment, juntar os cacos de uma base aliada fragmentada e exígua, e um grupo em ascensão, articulando apoios, garimpando nomes para ministérios e rascunhando ideias, mas que não pode se mover explicitamente porque não têm a caneta nas mãos.

No Planalto, ninguém sabe ao certo como serão as três ou quatro próximas semanas. Antes da votação de domingo, a presidente Dilma e seus auxiliares diretos projetavam para a segunda passada uma série de anúncios de “refundação” do governo, com medidas efetivas na área econômica, e a possibilidade de uma renúncia coletiva de ministros para dar liberdade à presidente para que ela formasse um novo gabinete.

A votação da Câmara foi uma pancada muito forte. Durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto no fim da noite de segunda, Dilma admitiu que precisará fazer um rearranjo no governo caso consiga — hipótese cada vez mais remota — reverter a situação no Senado. “Enfrentei o 1º, o 2º, o 3º e agora vou para o 4º turno. Além das medidas que nós já anunciamos, nós lançaremos outras medidas. Mas não posso antecipar”, disse ela.

Enquanto uma aturdida Dilma luta pela sobrevivência política — no próprio Planalto existem relatos de servidores esvaziando gavetas e de fotos da presidente sendo retiradas de gabinetes no Congresso —, em São Paulo, o vice-presidente Michel Temer enfurna-se em seu escritório político para desenhar os sinais do futuro governo. “Ele tem esse dilema. Não pode anunciar propostas ou nomes porque não tem poder, Mas não poderá se dar ao luxo de, caso o Senado confirme o afastamento em meados de maio, pedir mais um tempo para dar uma resposta à sociedade”, admitiu um integrante do grupo mais próximo de Teme
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