segunda-feira, 9 de maio de 2016

EX MINISTRO GUIDO MANTEGA FOI CONDUZIDO PARA PRESTAR DEPOIMENTO NA P.F.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante entrevista coletiva na sede do Banco do Brasil, na Avenida Paulista, em São Paulo
O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante entrevista coletiva na sede do Banco do Brasil, na Avenida Paulista, em São Paulo(Clayton de Souza/Estadão Conteúdo)
Ministro da Fazenda mais longevo em período democrático, Guido Mantega foi um dos poucos integrantes dos governos Lula e Dilma que escaparam do cadafalso de escândalos de corrupção na última década. Durante os 8 anos e quase 8 meses em que permaneceu sentado na cadeira de chefe da área econômica, Mantega viu os seus companheiros sendo guilhotinados, um após o outro, diante das revelações de inúmeras falcatruas. Para a presidente Dilma Rousseff, Mantega sempre foi uma pessoa honesta, um homem íntegro, de extrema confiança. Mas essa imagem começou a ser tisnada no mês passado, quando o nome do ex-ministro passou a ser citado pelos novos delatores da Lava Jato. Mantega é acusado de intermediar pagamentos de caixa 2 para a campanha à reeleição de Dilma em 2014. Na manhã desta segunda-feira, o ex-ministro da Fazenda está envolvido numa nova encrenca. Conduzido para a sede da Polícia Federal em São Paulo para prestar esclarecimentos, ele é alvo da nova fase da Operação Zelotes, que investiga vendas de decisões no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e compras de medidas provisórias.
De acordo com documentos obtidos por VEJA, Mantega utilizou o seu cargo de ministro da Fazenda para favorecer um amigo de longa data, o empresário italiano Vitor Sandri. Administrador do grupo Comercial de Cimento Penha, Sandri se envolveu com a rede de lobistas que orbitava em torno do Carf, influindo em julgamentos de multas fiscais bilionárias. Um dos integrantes desse esquema, José Ricardo da Silva, condenado a 11 anos de prisão na última semana, passou a operar a partir de 2011 para limpar a barra do grupo Penha no tribunal que julga processos administrativos da Receita contra os contribuintes. Para isso, contou com o apoio de Mantega, responsável pela nomeação de conselheiros do Carf.

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