quinta-feira, 16 de junho de 2016

A REVOLTA DOS POLÍTICOS CONTRA A "OPERAÇÃO LAVA JATO"

A importância da delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, não se resume ao fato de ser devastadora para a cúpula do PMDB. Machado afirma que passou cerca de R$ 100 milhões de propina a seu partido, com os nomes dos principais agraciados – o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ex-presidente José Sarney, e os senadores Romero Jucá e Edison Lobão. Ele conseguiu conferir credibilidade a o que diz porque gravou os três primeiros, em uma demonstração cabal de que desfrutava da confiança deles. Em seu relato aos procuradores, Machado demonstra a antiguidade, a extensão, o modo de funcionamento e explica de onde vem a indignação dos envolvidos com as delações premiadas e o atropelo que a Operação Lava Jato representa em seu modo de fazer política. 
Sérgio Machado,durante entrevista (Foto: TASSO MARCELO/ESTADÃO CONTEÚDO)
À frente de um caixa recheado na Transpetro, indicado por Renan, Machado funcionou como um arrecadador de recursos de empresas fornecedoras da Transpetro. Segundo ele, as empresas ganhavam contratos e, depois, tinham de pagar o pedágio para os políticos. Eram procuradas também em anos eleitorais para fornecer algum para campanhas. Machado demonstra que seus amigos do PMDB tinham o privilégio de receber propina em parcelas regulares. Políticos de outros partidos também o procuravam de tempos em tempos. Entre esta turma, o pluripartidarismo vigora. Machado foi procurado pelo hoje governador interino do Rio, Francisco Dornelles, pelo petista Cândido Vaccarezza, por Jandira Feghali, do PC do B, entre outros. Entregou também seus antigos colegas do PSDB, como o senador Aécio Neves, e o falecido presidente do partido, Sérgio Guerra

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