segunda-feira, 11 de julho de 2016

LAVA JATO INVESTIGA RECURSOS NO EXTERIOR

Carlos Moura/CB/D.A Press - 17/9/13


Investigadores da Operação Lava-Jato rastreiam dinheiro de integrantes do PMDB que acreditam que esteja no exterior. Até o momento, localizaram recursos fora do Brasil de apenas dois nomes fortes do partido: o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (RJ) e o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (RN). Dois negócios em que houve US$ 42,55 milhões (R$ 140 milhões) de cobrança de propina, de acordo com documentos e relatos de delatores, dão mais pistas para buscar outros políticos, operadores e mesmo empresários beneficiados com recursos desviados da Petrobras.

Quando a estatal afretou o navio Titanium Explorer, do grupo estrangeiro Vantage, foram US$ 20,8 milhões em subornos, dos quais US$ 10 milhões (R$ 32,94 milhões) para o lobista João Augusto Rezende Henriques distribuir para o PMDB, segundo a condenação recebida do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. “O valor total da vantagem indevida incluía não só a propina paga ao diretor Jorge Luiz Zelada e ao gerente Eduardo Musa, mas também os custos operacionais da transação e a parte destinada ao partido político PMDB”, narra a denúncia da Procuradoria da República no Paraná. Ainda não se sabe quais são os beneficiários desses recursos.

Na compra de metade de um poço de petróleo em Benin, África, da Lusitânia Petroleum, foram US$ 21,75 milhões (R$ 71 milhões) de subornos nas mãos do mesmo Henriques, que está preso no Paraná. Desse valor, só uma parte, equivalente a R$ 5,2 milhões, beneficiou Cunha. Uma relação com algumas empresas e pessoas que receberam uma parte da propina indica que ainda há muito a fazer.

Investigadores analisaram repasses a partir a conta do lobista na Suíça chamada Acona International. A empresa que mais recebeu recursos é a Sandfield Consulting S/A, com US$ 4,8 milhões. Segundo o Correio apurou, ela também pertence ao operador. Ao menos parte do dinheiro depositado na Sandfield foi bloqueado pelas autoridades da Suíça. Só uma nova quebra de sigilo bancário indicaria quem ficou com o restante dos recursos.

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