quinta-feira, 28 de julho de 2016

P.T. QUER NACIONALIZAR CAMPANHA DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS


A estratégia de "nacionalizar" a campanha municipal já divide o PT. Às vésperas da votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, dirigentes do partido e candidatos mostram divergências sobre a eficácia de repetir a narrativa do "golpe" nas disputas pelas prefeituras. Além disso, com a expectativa de um cenário adverso para o PT, candidatos avaliam a conveniência de ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no palanque e muitos preferem que Dilma fique distante

Ao contrário da eleição de 2012, por exemplo, Lula não terá papel preponderante na campanha do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que concorrerá ao segundo mandato com alto índice de rejeição. Embora não seja réu, o ex-presidente é alvo da Lava Jato e perdeu grande parte do capital político.

Dilma disse nesta quarta-feira, 27, em entrevista, estar disposta a participar das eleições municipais, "se for convidada", apoiando candidatos "da grande base progressista". Nos bastidores, porém, a equipe de Haddad prefere que ela não apareça em São Paulo.


A ideia é vestir no prefeito o figurino do homem preparado para fazer "mais e melhor". Auxiliares de Haddad estão convencidos de que as crises envolvendo o PT, Lula e o governo Dilma ofuscaram o trabalho dele. Haddad é um dos que mais se opõem à ideia de "nacionalizar" a campanha, defendida por candidatos no Nordeste

"Mas qual o motivo para não mostrar a Dilma?", perguntou o secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza. "Não temos como fugir dessa nacionalização, embora o que esteja em jogo sejam as propostas para melhorar a vida das pessoas."

Comunicação
A ordem da cúpula petista é aproveitar a propaganda no rádio e na TV - que começa em 26 de agosto, quando a votação do afastamento definitivo de Dilma deve ter início no Senado - para também jogar luz sobre experiências bem-sucedidas nos quase 14 anos do PT no Palácio do Planalto.

Haddad, no entanto, acha que pecou na divulgação de suas ações e precisa mostrar o que fez, descolando-se dos malfeitos do PT. "É um erro grave a estratégia de 'nacionalizar' a disputa. Nesse caso, o eleitor sempre vota em função dos temas da cidade", argumentou o cientista político Aldo Fornazieri, diretor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e colaborador do programa de governo petista, em 2012. "Além disso, quem tem de se defender de denúncias é o PT, e não o candidato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário