terça-feira, 30 de agosto de 2016

SENADORES PERDEM O CONTROLE E ENVERGONHAM DO PAÍS

 Senador Renan Calheiros empurra o senador Lindbergh Farias ao falar no plenário do Senado após bate-boc (Foto: Sérgio Lima/ÉPOCA)
Visivelmente aborrecido, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, girou rápido a cadeira central da mesa do Senado, levantou-se e desapareceu pelo túnel que serve de passagem para fora do plenário. Seguiu para a garagem, entrou no carro oficial e foi para o Supremo despachar com assessores, organizar sua agenda e assinar decisões. Não quis nem almoçar no Congresso; pediu a auxiliares que pegassem frango grelhado, salada verde, legumes ao vapor e um suco no bandejão. Deixara para trás uma sessão cujos protagonistas foram identificados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, como detentores de uma “burrice infinita” e personagens de “hospício”.
Não era o clima que Lewandowski esperava encontrar no Senado. Corre a boutade, atribuída ao falecido antropólogo e senador Darcy Ribeiro, que o Senado é melhor que o céu porque não se precisa morrer para estar lá, numa deferência aos muitos benefícios e ao clima cordial das relações. O Senado é tido como uma confraria de senhoras e senhores com extensa quilometragem na política. Por isso é lá que, segundo a Constituição, o processo de impeachment de um presidente da República deve terminar. Quando Lewandowski, encarregado de presidir a sessão de julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff, abriu os trabalhos na quinta-feira (25), rapidamente se deu conta de que o Senado pode transitar com facilidade extrema dessa confraria para um “circo”, outra das tantas denominações atribuídas pelos próprios senadores

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