quinta-feira, 29 de setembro de 2016

AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS NOS TEMPOS DA LAVA JATO


A presença de Lula incomodava os adversários e, na mesma proporção, impulsionava petistas. Sempre diligente, a máquina do partido montara uma produção industrial de santinhos, em que o candidato a prefeito ou vereador colava sua foto ao lado da imagem de Lula. O material de campanha de Haddad não fugia à regra: tinha uma grande estrela vermelha com o PT desenhado em branco. Em outra versão, essa imagem era complementada com as fotos de Lula e Dilma, então uma presidente popular, ao lado do rosto do candidato. As companhias eram um sucesso de público, tanto que Haddad saiu do terceiro lugar, onde repousou durante boa parte da campanha, para a vitória. Sucesso total.
Fernando Haddad com Lula, em 2012. O ex-presidente foi decisivo na vitória (Foto: ALEXANDRE MOREIRA / BRAZIL PHOTO PRESS)
Em 2016, Haddad segue a cartilha usada por grande parte dos candidatos petistas neste ano. Seu material de campanha não tem nenhum traço da presença de Lula e Dilma: Haddad aparece sozinho na foto, ou com o vice, Gabriel Chalita. A estrelinha do PT é branca e fica num cantinho, quase imperceptível; aliás, as letras “P” e “T” não são vistas nem com lupa. Lula não participa de comícios com Haddad. Dilma, com quem ele nunca se deu bem, é uma ausência que preenche uma enorme lacuna. Haddad segue uma tendência. Os orgulhosos petistas de 2012, ou de eleições anteriores, agora são assim, tímidos, escondem sua ligação com a estrela, não usam o vermelho, não estampam imagens de Lula. O número de candidatos do partido a prefeito e vereador caiu pela metade. Antes favoritos nas disputas, os poucos candidatos petistas perderam terreno

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