quarta-feira, 28 de setembro de 2016

P.T. ENCOLHE EM SÃO PAULO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

João Dória. (Foto: Renato Gizzi/Brazil Photo Press / Ag. O Globo)
Tal qual o Sistema Solar, em que oito planetas refazem, indefinidamente, as mesmas órbitas, o sistema político brasileiro parecia previsível e organizado. Nos 20 anos entre 1994 e 2014, apenas dois partidos, o PSDB e o PT, disputaram de verdade as eleições presidenciais. Muita coisa mudou, no entanto. Vieram as ruas em 2013 e a Lava Jato em 2014. Mas não só. No prazo para filiação ou troca de partidos, em abril deste ano, Dilma Rousseff era presidente e Lula recorria à Justiça para assumir o Ministério da Casa Civil. Quando os partidos anunciaram seus candidatos a prefeito e vereador, em agosto, o impeachment ainda era assunto restrito a uma comissão na Câmara dos Deputados, conduzida por Eduardo Cunha. Desde então, a economia piorou, Dilma caiu, o vice Michel Temer assumiu, Cunha caiu e Lula luta pela sobrevivência política.
O pleito do dia 2 de outubro é fruto desse universo em transformação. As pesquisas eleitorais mostram um PT em decadência, um PSDB – finalmente – com caras novas e a ascensão de um pequeno partido evangélico, o PRB, nas duas maiores capitais do país. Eleições municipais costumam seguir uma lógica diferente das disputas nacionais. Desta vez pode ser diferente. Num cenário em que a polarização entre PT e PSDB é posta em dúvida, elas mapeiam a nova carta astral da política – e podem antecipar cenários para o pleito de 2018.

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