quarta-feira, 19 de abril de 2017

PARA DILMA JUDICIÁRIO ADOTA MEDIDAS DE EXCEÇÃO

Sem citar nomes, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça que integrantes do Judiciário brasileiro seguem interpretações legais “extremamente questionáveis” e adotam “medidas de exceção” que são uma ameaça à democracia. Em palestra na Universidade George Washington, na capital americana, Dilma criticou pronunciamentos de juízes fora dos autos, condenou vazamentos seletivos e lembrou que foi grampeada durante o exercício do cargo.
“O que está acontecendo no Brasil é algo grave, que caracteriza lawfare“, afirmou, usando expressão em inglês que significa o uso político do Judiciário contra adversários.
A ex-presidente fez referência específica à decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª região no caso da escuta telefônica que captou conversas suas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Apesar de o juiz que autorizou o grampo ter pedido desculpas ao Supremo, o tribunal não considerou que grampear presidente é crime”, afirmou, em referência a Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância. “Grampeie um presidente da República aqui e cai na Lei de Segurança Nacional. O que fizeram no Brasil foi grampear um presidente e disseram que foi uma medida excepcional em um momento excepcional.”
Dilma também criticou vazamentos de informações judiciais. “Julgar pela imprensa é um crime contra a democracia. É crime porque fere a democracia, compromete a democracia, destrói a democracia.”
Apesar das críticas ao Judiciário, a ex-presidente disse ser a favor da Lava Jato e reconheceu a dimensão inédita das irregularidades reveladas pela investigação. “Tirando os nossos, talvez o maior caso de corrupção tenha sido o do subprime”, afirmou, referindo-se aos excessos financeiros que levaram à crise mundial de 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário