sexta-feira, 26 de maio de 2017

AS INVESTIGAÇÕES CONTRA MICHEL TEMER

Passava das 22h30 de uma terça-­feira, 7 de março, quando o bilionário empresário Joesley Batista, do grupo que comanda a JBS, chegava dirigindo o próprio carro ao Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República em Brasília. O cenário perfeito para um encontro secreto, sem registro em agenda e sem testemunhas. Os seguranças permitiram a entrada ao identificar o veículo do empresário. “Boa noite. Então, ele pediu pra parar na garagem”, avisou Joesley. Ele, no caso, era uma referência ao ilustre morador do palácio: o presidente Michel Temer (PMDB), que receberia naquele momento o empresário, munido de um gravador em seu bolso, para uma conversa de meia hora sobre temas nada republicanos. Joesley entregou o áudio do diálogo aos investigadores da Operação Lava Jato como aperitivo para sua delação premiada. Ele também faz graves acusações de corrupção e narra pagamentos de propina para personalidades políticas dos mais diversos partidos: os ex-presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff; o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE); Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP); além de outros parlamentares, governadores e ex-detentores de mandatos. No total, Joesley contou aos procuradores ter pago R$ 400 milhões em propina nos últimos anos, entre pagamentos oficiais e caixa dois. Os montantes acompanharam o crescimento da empresa, que se tornou a maior doadora de campanhas no Brasil. A delação agora revela que o grupo J&F comprou integrantes do Poder Executivo, avançou sobre o Legislativo e tentou até mesmo manter influência no Judiciário. Nem mesmo o Ministério Público Federal escapou: Joesley subornou um procurador que o investigava

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