domingo, 13 de agosto de 2017

CAIXA LIGA EMPRÉSTIMOS A AFILHADOS DE POLÍTICOS

Caixa Econômica Federal (Foto: Pilar Olivares/Reuters)
Em julho de 2016, integrantes da Corregedoria da Caixa Econômica Federal em Brasília apreenderam o notebook de um funcionário da Vice-Presidência de Pessoa Jurídica. O notebook trazia registros datados de 2012. Entre 2011 e 2013, o vice-presidente de Pessoa Jurídica era Geddel Vieira Lima (PMDB), que recentemente ocupou um ministério no gabinete de Michel Temer. Os investigadores da Corregedoria localizaram nos arquivos uma planilha que ganhou a chancela “sigilosa”.
O documento tinha a lista das empresas que solicitavam empréstimos ao banco público, com os valores das operações e o status do negócio. Até aí, um registro prosaico de atividades. Não fosse por uma outra coluna, identificada como “contatos externos”. Nela, políticos de PMDB, PT e PSC estavam relacionados às operações, que deveriam ser eminentemente técnicas.
Àquela altura, a Lava Jato ainda não desbaratara o esquema de achaque a empresas interessadas em recursos do banco. Os investigadores da Lava Jato suspeitam que o esquema fosse tocado por Geddel, pelo ex-deputado Eduardo Cunha e por seu operador Lúcio Funaro – os dois últimos, padrinhos de Fábio Cleto, que ocupava a Vice-Presidência de Loterias na Caixa no mesmo período. O documento despertou a atenção. Imediatamente, auditores do banco anotaram em um relatório sigiloso, obtido por ÉPOCA: “Conforme se denota do documento ora anexado, o empregado possuía em seus arquivos uma lista com as seguintes informações: Cliente/Contato Externo/Operação/Status. Na referida planilha, no campo contato externo figuram políticos influentes”. E qualificaram o risco: “Dos políticos citados na planilha, há um deputado preso por fraudes licitatórias, e outro formalmente indiciado por envolvimento na Operação Lava Jato”

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