quinta-feira, 12 de outubro de 2017

RELATÓRIO SOBRE DENÚNCIA CONTRA TEMER DIVIDE ALIADOS

Valter Campanato/Agência Brasil
 
Um dia depois da leitura do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da denúncia contra Michel Temer na Câmara, governistas e opositores divergiram sobre o pedido de arquivamento do processo, proposto pela  Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
 
Entre a base aliada de Temer, ainda prevalece o entendimento de que a relatoria de Bonifácio - motivo de uma saia justa dentro do próprio PSDB no começo do mês- foi acima de críticas. "Foi um primor de ética, de responsabilidade, de consciência e de estudo dos poderes", defendeu Darcísio Perondi (PMDB-RS). "Foi duro, implacável, com os negócios que [Rodrigo] Janot fez pro Wesley [Batista, ex-presidente da JBS, hoje preso]".

Um dos líderes do governo na Casa, Beto Mansur (PRB-SP) garantiu que o relatório pedindo o arquivamento do caso deve ser aprovado na CCJ com entre 39 e 42 votos. "Se a líder do PSB, Teresa Cristina (MS), deixar a liderança, e o partido bandear, por exemplo, para a esquerda, nos vamos perder dois votos", argumentou. "Se ela permanecer, nós manteremos dois votos dos quatro votos do PSB. Existe uma possibilidade de termos votos do PSDB que compõe a comissão, em função do trabalho que foi feito pelo relator".

Para membros da oposição, o relatório representa "uma afirmação e um apelo ao corporativismo parlamentar", nas palavras do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que também definiu a tarde na comissão como "lamentável". O líder do PT na Câmara, o paulista Carlos Zarattini, disse ser "evidente que o governo está preocupado com a sua sobrevivência". Desgastes de Temer com aliados - como o de ontem, quando o presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ) arquivou a votação de uma MP de leniência ao Banco Central acusando o governo de esvaziar a sessão -  pode indicar uma mudança de apoio rapidamente.

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