domingo, 19 de novembro de 2017

DECISÃODE LEWANDOWSKI PODE AFETAR A LAVA JATO

Ricardo Lewandowski  (Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters)
Um despacho proferido em um gabinete do Supremo Tribunal Federal às 15h53 da última terça-feira, dia 14, representou um dos mais graves golpes desferidos contra a Operação Lava Jato até aqui. De uma só canetada, o ministro Ricardo Lewandowski fez objeções ao formato de delação premiada que vem sendo adotado pelo Ministério Público desde o início da operação – e que já teve a chancela de outros ministros do tribunal, permitindo que as investigações avançassem até o ponto atual. Lewandowski devolveu para a Procuradoria-­Geral da República a delação premiada do marqueteiro Renato Pereira, que atinge parte da cúpula do PMDB, especialmente no Rio de Janeiro. O ministro alega descumprimentos à legislação e pede que o acordo seja ajustado. 
O conteúdo da delação do marqueteiro carioca Renato Pereira vazou e, por isso, o ministro Lewandowski determinou que o sigilo dos depoimentos fosse suspenso. Os principais atingidos pela colaboração de Pereira são o atual governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes, todos do PMDB. Pereira detalhou como foi pago via caixa dois durante as campanhas dos três peemedebistas, narrando, por exemplo, um pagamento  pela campanha de Pezão ao governo do Rio de cerca de R$ 800 mil de forma não declarada. O marqueteiro revelou ainda que o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), ofereceu, quando ainda era deputado federal, para direcionar uma licitação de publicidade do Ministério da Saúde para a Prole Propaganda, agência de Pereira, no ano passado. Em troca, segundo o delator, Picciani, filho de Jorge Picciani, pediu 3% do valor do contrato. Com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a licitação acabou suspensa. O marqueteiro implica ainda figuras do PMDB paulista, como a senadora Marta Suplicy e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf

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