segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O BRASIL PRECISA SAIR DO DISCURSO FÁCIL

Breno Fortes/CB/D.A Press
Há três anos, quando disputou sua última eleição para deputado federal, Rodrigo Maia quase não se elegeu. O episódio parece ter levado o político carioca a uma espécie de reinvenção. De lá para cá, Maia se tornou presidente da Câmara, o segundo homem mais poderoso do país, e um potencial candidato à sucessão de Michel Temer. Não à toa, tem na ponta da língua toda a agenda econômica que aflige empresários e investidores: parece saber o tamanho de cada problema e o tipo de solução necessária. Seu diagnóstico é música para quem acredita que o Brasil sufoca o setor produtivo cobrando impostos demais e oferecendo serviços de menos, e para o cidadão que sofre com o Estado omisso e ausente na prestação de saúde, educação e segurança de qualidade. Magalhães Pinto, o político mineiro, cunhou a ideia de que “a política é como nuvem: você olha e está de um jeito, olha de novo e já mudou.”

No momento em que a cena política brasileira muda o tempo todo, Rodrigo Maia é uma nuvem que tem de ser acompanhada. De um lado, Maia não hesita em vestir a camisa de um Poder Legislativo com credibilidade nas mínimas históricas: terminou a semana passada eximindo o Congresso de qualquer responsabilidade pelo rebaixamento da nota de crédito do Brasil, o que é no mínimo questionável. De outro, todo o seu discurso e linguagem corporal sugerem um homem buscando um protagonismo numa travessia que ninguém sabe — ainda — onde vai dar

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