sábado, 24 de fevereiro de 2018

INTERVENÇÃO MILITAR NO RIO É POLITIQUEIRA

Marco Silva/Futura Press

 - O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, criticou a política de segurança pública do governo do Estado de São Paulo, durante o 2º Encontro Folha de Jornalismo, nesta terça (20).
"O PCC, a sede é São Paulo, e tudo indica que aqui fizeram acordo com autoridades locais há mais de uma década", afirmou, referindo-se à facção criminosa conhecida como PCC (Primeiro Comando da Capital).
Ele acusou também o Estado de manipular estatísticas de homicídios, calculando-as em desacordo com padrões adotados por outros Estados e recomendados por organismos internacionais.
"Aqui se fraudam indicadores de homicídios", disse Ciro, sem oferecer detalhes. "São Paulo não cumpre a metodologia determinada pela Justiça para apurar crimes letais contra a vida."
Chacinas com múltiplas vítimas, por exemplo, são contabilizadas como um único caso de homicídio nas estatísticas de São Paulo, o que dificulta comparações com os números de outros Estados.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que administra o Estado desde 2011 e está no seu terceiro mandato, deverá ser o candidato dos tucanos nas eleições presidenciais deste ano.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública do Estado ainda não se manifestou.
Ciro classificou como "politiqueira" a decisão do presidente Michel Temer de intervir na segurança pública do Rio e afirmou que a intervenção foi mal planejada e está destinada a ser um "desastre".
"O Temer, diga-se a bem da verdade, é uma figura enojante. Porém, é um lutador. Eu fico zangado quando vejo o Temer esperneando e lutando e lembro que a Dilma deixou o país cair na mão dessa gente sem espernear e lutar", disse.
Ele afirmou que, se for eleito, vai propor um debate sobre a descriminalização do consumo de drogas e outras alternativas para combater a violência nas grandes cidades, mas evitou se comprometer com propostas.
"Católicos e evangélicos são avessos à descriminalização das drogas e precisamos trazê-los para o nosso lado no debate", disse

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