segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

OS CONSELHEIROS ECONÔMICOS DOS PRÉ CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA

Oh, um rinoceronte! Muitas vezes, no início com espanto e depois conformados, os personagens da peça do dramaturgo Eugène Ionesco acompanham a chegada do animal estranho a sua cidade. Representação da ascensão do fascismo na Europa, os bichos, aos poucos, tomam conta do pedaço. Na terça-
feira, dia 6, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi recebido por um grupo na 19a CEO Conference, encontro de banqueiros, investidores e operadores do mercado financeiro e organizado pelo banco BTG Pactual. À vontade, permitiu-
se uma brincadeira: “O mercado sempre me achou um rinoceronte”, disse. “Vou me dar por feliz se sair daqui com vocês me achando um homem das cavernas.” Bolsonaro prepara sua metamorfose para as eleições deste ano. A ressaca provocada pela recessão dos últimos anos do governo Dilma Rousseff causou um fenômeno curioso: uma conversão de muitos políticos ao pensamento liberal. Nesse cenário, os presidenciáveis vão em busca de gurus liberais para a campanha eleitoral. Um deles é Bolsonaro.
Assumidamente um leigo em economia, que defende um Estado forte e intervencionista como o desenhado pelos governo militares, ele customizou o velho discurso. Foi buscar no mercado financeiro um nome com o currículo suficientemente gabaritado para tirar-lhe o ranço que anda tão démodé. Bolsonaro foi atrás de Paulo Guedes, banqueiro, fundador do Ibmec, investidor que criou negócios na área de educação e saúde, defensor ferrenho da iniciativa privada e inimigo do Estado grande, que flertou com o serviço público algumas vezes. Recebeu convites nos governos militar, Sarney e Collor, mas nunca concretizou um relacionamento. Recentemente, Guedes disse aos mais próximos que está disposto a encarar a tarefa de ser o homem da área econômica do mais polêmico candidato, com uma condição: poder implementar tudo que sempre quis

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