sexta-feira, 2 de março de 2018

GENERAL MOURÃO PODE SER CANDIDATO EM 2018

Reprodução/Youtube
O general Hamilton Mourão, que ganhou fama ao sugerir publicamente uma intervenção militar, planeja coordenar uma frente de candidatos das Forças Armadas para as eleições de 2018.
“Teremos muitos candidatos oriundos do meio militar – senão em todos, em grande número de estados. Embora concorrendo por diferentes lugares, eles terão uma linha-mestra de ação e um discurso mais ou menos aproximado, com os interesses da nação e dos militares. Eu serei um articulador disso aí”, declarou Mourão em entrevista à Piauí.
Na última quarta-feira, o general passou para a reserva depois de 46 anos na ativa. Sem dizer os nomes, ele contou ter sido procurado por três partidos para negociar uma candidatura, mas não se interessou.
“Fui sondado para [concorrer a] presidente, governador [do Rio e do DF], senador e deputado federal. Mas minha visão é que, face a essa fragmentação político-partidária, existe uma certa fragilidade para se entrar no jogo partidário sem estar devidamente organizado para isso.”
O general diz que, por ora, o deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato à Presidência, tem o seu voto, mas não descarta mudar de ideia sobre concorrer caso haja uma “hecatombe nuclear”, acontecimento que ele descreveu como “se por acaso o processo político não transcorrer de forma organizada, se não tivermos mais candidatos que possam representar interesses de uma parcela da população e que eu me veja compelido a participar do jogo político como candidato.”
Mourão evitou nomear os candidatos militares em 2018 porque, segundo ele, a maioria ainda negocia com os partidos.
A tendência é que vários representantes militares tentem surfar na onda de prestígio que as Forças Armadas ganharam nos últimos tempos entre a população brasileira. Deputado há 27 anos, Bolsonaro é o único parlamentar oriundo das Forças Armadas no Congresso – há outros com origem na Polícia Militar.
O general aproveitou a entrevista ainda para criticar as medidas do governo federal que decidiu intervir na segurança pública do Rio. “É uma intervenção meia-sola. Acho que foi uma péssima linha de ação. No século XIX, quando o Caxias era nomeado interventor para conter revoltas, recebia tanto poder político como militar. Agora o interventor recebe só poder militar, mas não tem o poder político, num estado em que o crime organizado ataca nos dois níveis – no do colarinho-branco e no da bandidagem. Então, nós ficamos numa guerra e de mãos atadas.

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