- O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta quarta-feira (28) que escolheu Rogério Galloro para a direção-geral da Polícia Federal porque tem "alinhamento" com ele e que irá discutir com o novo diretor as nomeações em cargos de chefia na corporação.
Jungmann, que escolheu o substituto de Fernando Segovia, demitido nesta terça-feira (27), afirmou que conheceu de perto o trabalho de Galloro durante 60 dias, nas atividades de preparação da Olimpíada do Rio, em 2016.
Segundo o ministro, as trocas em chefias internas da PF serão analisadas em conjunto com o novo diretor.
Quando a PF estava subordinada ao Ministério da Justiça, a praxe era a própria corporação escolher seus nomes de superintendentes e diretores. Depois o ministro da Justiça referendava os nomes e os encaminhava à Casa Civil.
Indagado se pretende fazer as nomeações na PF, Jungmann disse que o novo diretor "deve discutir a respeito do que é que ele deseja, o que ele pretende fazer".
"Essa nomeação não é necessariamente minha nem necessariamente do diretor. Até um certo nível como em outros ministérios, e o presidente é que toma as decisões", disse o ministro.
GRAVAÇÕES
O titular da Segurança Pública afirmou também que irá gravar encontros de presidiários com visitas em novas unidades do sistema penitenciário a serem construídas.
A gravação de conversas em parlatórios costuma ser autorizada judicialmente em casos pontuais no Brasil e recebe forte reação contrária da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Jungmann disse que levou a questão ao presidente da Ordem, Carlos Lamachia.
"Hoje todas as penitenciárias federais já têm parlatórios. Nossa expectativa é que possamos estender aos demais Estados. Eu fui pessoalmente ao presidente da OAB e levei, 'nós temos um problema'", disse o ministro, mencionando o fato de criminosos terem dezenas de advogados -o que, para o ministro, não teria uma explicação racional, indicando que alguns defensores funcionam como mensageiros do crime organizado.
Outras medidas anunciadas pelo ministro são dois novos concursos públicos que abririam 500 vagas de agentes na PF e outras 500 na PRF (Polícia Rodoviária Federal) e apoio financeiro para construção de novas unidades prisionais.
Ele pretende exigir uma contrapartida dos Estados para a ajuda financeira, que seria garantir que apenas 1% ou 2% do efetivo das polícias militares nos Estados seja liberada para ficar em cargos burocráticos, fora das ruas.
"Nós queremos policiais nas ruas, não como hoje infelizmente no Rio, com mais de 2.500 policiais em atividades em outros órgãos, realizando outro tipo de atividade, e não nas ruas protegendo a população", disse o ministro
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