sábado, 3 de março de 2018

POLÍCIA FEDERAL DESCOBRE FRAUDE EM EMPRESAS DE LIMPEZA

 - A Polícia Federal e a Receita Federal cumprem mandados de busca e apreensão em São Paulo e Minas Gerais, nesta quinta-feira (1º), na Operação Descarte, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de serviços de limpeza que têm contratos públicos.
A ação dos dois órgãos é um desdobramento da Operação Lava Jato e teve a contribuição de informações obtidas nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e de seu ex-sócio Leonardo Meirelles. Dados fornecidos por Youssef e pelo empresário foram cruzados com levantamentos que já vinham sendo feitos pela Receita.
Agentes estão cumprindo 15 mandados de busca e apreensão em casas e empresas nas cidades de São Paulo, Santos, Paulínia, Belo Horizonte e Lamim (MG). As decisões que autorizam a busca de provas foram expedidas pela 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
Segundo a Receita, as investigações de auditores do órgão chegaram a um esquema de lavagem de dinheiro formado por uma rede de empresas de fachada que tinham "laranjas" como proprietários. A organização emitiu mais de R$ 900 milhões em notas fiscais com indícios de fraude.
No esquema, um grupo de 14 empresas (organizadas em seis "células", segundo a investigação) simulavam a venda de mercadorias ao cliente do serviço de lavagem, que pagava por produtos inexistentes via transferências bancárias ou boletos, para dar aparência de legalidade à aquisição.
As quantias recebidas, segundo a investigação, eram transferidas para diversas outras empresas de fachada, que remetiam os valores para o exterior ou faziam transferências para pessoas ligadas ao cliente inicial.
"O prejuízo aos cofres públicos pelo não recolhimento dos tributos devidos pode chegar a centenas de milhões de reais", diz a Receita em nota. Das 14 fornecedoras que forjaram notas fiscais falsas, cinco de fato eram empresas regulares, com atividades e funcionários.
Era simulada a compra de produtos como detergentes, sacos de lixo e uniformes. Uma das empresas, com "movimentação financeira milionária", tinha um titular que recebia R$ 2.000 por mês. Pelo que se sabe até agora, parte dos laranjas era vítima dos empresários.
Para os investigadores, as empresas montaram o sistema para superfaturar custos e pagar menos imposto de renda. A estratégia ilegal consistia em embutir despesas fictícias na planilha de custos da empresa

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